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Spotify pode começar a gerar lucro no próximo ano

Empresa é líder global da indústria de streaming de música mesmo frente a uma crescente competição da gigante Apple Music

Spotify: companhia está presente em 60 mercados, incluindo o Brasil (foto/Divulgação)

Spotify: companhia está presente em 60 mercados, incluindo o Brasil (foto/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 10h25.

Helsinque - O serviço de transmissão de música pela Internet Spotify, uma das mais valiosas empresas iniciantes de tecnologia da Europa, pode começar a gerar lucro no próximo ano, afirmou um membro do conselho de administração que também foi um dos primeiros investidores da empresa.

A empresa, líder global da indústria de streaming de música mesmo frente a uma crescente competição da gigante Apple Music, tem registrado perdas acentuadas desde que foi criada há uma década pelos suecos Daniel Ek e Martin Lorentzon.

"Até agora, eu tenho visto crescimento, crescimento, crescimento", disse à Reuters Par-Jorgen Parson, sócio da empresa de investimentos Northzone durante a conferência de companhias de tecnologia Slush em Helsinque.

"Talvez a lucratividade comece a ser uma prioridade também", disse ele.

Questionado se a lucratividade poderá ser alcançada no próximo ano, Parson respondeu: "Certamente, sim."

O Spotify, que tinha valor de mercado de mais de 8 bilhões de dólares quando recebeu uma rodada de injeção de recursos no ano passado, teve prejuízo operacional de 184,5 milhões de euros (195,5 milhões de dólares) em 2015, ante resultado negativo de 165,1 milhões de euros em 2014.

A companhia está presente em 60 mercados, incluindo o Brasil, e cobra assinatura mensal dos usuários pelo acesso a um grande volume de músicas por meio de dispositivos como celulares, mas os lucros dependem em grande parte dos acordos de pagamento de royalties com as gravadoras.

A Northzone investiu na Spotify pela primeira vez em 2008 e, apesar de não relevar quanto detém atualmente, continua sendo a segunda maior acionista da empresa depois dos fundadores. Os outros investidores incluem Creandum, DST Global e Accel Partners.

O Spotify, que tem sido citado como possível alvo de aquisição por empresas como Facebook ou Alphabet, é largamente visto como candidato à abertura de capital na Nasdaq em 2017.

"Como investidor, eu estou na companhia há quase 10 anos e estamos interessados em um IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) em algum momento", disse Parson, sem ser mais específico sobre os planos.

Parson explicou que o custo do crescimento do Spotify tem sido muito elevado, porque conforme a empresa vai entrando em novos mercados, precisa bancar o custo inicial dos royalties de música para novos usuários, e leva tempo antes de começar agerar receitas com publicidade e assinaturas.

"Mas no momento em que passarmos a focar em lucratividade, em vez de crescimento, estes fatores vão começar a atuar de imediato. Eles são muito sólidos e têm estado assim por algum tempo", disse Parson.

Alguns analistas afirmam que o modelo de negócios do Spotify é falho e que a empresa é refém das gravadoras. Mas com 40 milhões de usuários pagantes, a companhia pode estar perto do ponto de inflexão e pode ter mais força nas negociações com a indústria fonográfica.

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