Embraer: executivos da companhia afirmaram em teleconferência que a companhia continua sólida (Paulo Whitaker/Reuters)
Reuters
Publicado em 27 de abril de 2020 às 19h25.
Última atualização em 27 de abril de 2020 às 19h25.
A agência de classificação de risco de crédito S&P colocou o rating BBB- atribuído à Embraer em observação negativa após o fracasso no acordo para venda da divisão da área comercial da empresa brasileira para a norte-americana Boeing.
Embora tenha notado que a Embraer tem uma posição forte de caixa, com 3,3 bilhões de dólares, a S&P considerou que a companhia deve reportar métricas de crédito mais fracas em 2020, em função dos impacto da pandemia de coronavírus no mercado de aviação, com provável queda no volume de entregas e redução nos serviços de suporte.
"Além disso, consideramos um ritmo de produção mais lento do que o usual, o que pode resultar em significativas necessidades de capital de giro", afirmou a S&P no relatório.
A avaliadora de crédito avalia que a situação da Embraer deve ser normalizar gradualmente no fim do ano, com retomada das operações regulares a partir do terceiro trimestre.
Mas com a esperada queda no volume de encomendas, a S&P acredita em aumento da pressão sobre a alavancagem financeira da Embraer, que já supera as expectativas, acima de 3 vezes em 2020, ante 2,2 vezes em 2019, medida pela relação dívida líquida/Ebitda.
Mais cedo, executivos da Embraer afirmaram em teleconferência que a companhia continua sólida e que a empresa até agora não teve nenhuma encomenda de avião cancelada por causa da crise do coronavírus.
A S&P afirmou ainda que pode rebaixar os ratings da empresa nos próximos meses se o cenário de médio a longo prazo da Embraer piorar, implicando um índice de dívida sobre Ebitda acima de 3 vezes em 2021.