(South Summit/Divulgação)
Pelos próximos dias, a capital gaúcha Porto Alegre é a nova casa do South Summit Brasil, na primeira incursão do festival europeu de inovação fora de Madri, sua terra natal. A expectativa do evento, que acontece entre os dias 4 e 6 de maio, é receber alguns milhares de visitantes e reunir investidores, empreendedores e importantes representantes de grandes organizações e entidades públicas para debater inovação e tecnologia.
A abertura do evento foi um prato cheio de surpresas. Umas positivas, outras nem tanto. O primeiro dia do South Summit teve chuva, superlotação e alguns perrengues típicos de festivais de grande público. A organização do evento estima ter recebido pelo menos 10.000 pessoas nesta quarta-feira, um resultado que era esperado para todos os dias do festival.
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A alta procura do público mostra a boa receptividade do primeiro grande evento na cidade desde o início da pandemia. A animação de visitantes para fazer encontros de relacionamento sem exigência de uso de máscaras ou barreiras sanitárias esbarrou em questões de infraestrutura do próprio evento. Filas extensas se espalhavam por todos os espaços, e começavam ainda na entrada — que por si só, já virou uma maratona, considerando o itenso trânsito na região. Até aí, nada novo comparado ao cenário tradicional de eventos de grande porte. Mas a chuva levou grande parte do público a se molhar enquanto aguardava para entrar em palestras, almoçar ou até mesmo ir ao banheiro. Praticamente tudo ao ar livre.
Todos esses pequenos feitos viraram verdeiras missões. Poucos food trucks se dividiam para atender a todos, com filas que duravam mais de 1 hora, enquanto os banheiros já ficavam sem água desde o início da manhã.
Palcos com temas e palestrantes disputados não comportavam o público que ansiava por ouvir investidores de peso, como no caso do Growth Stage, auditório dedicado à discussão sobre investimentos em startups. O espaço formou filas durante todo o dia. O espaço de discussões com representantes do governo do estado também permaneceu abarrotado a todo momento.
O contraste nesse cenário esteve no ânimo dos conterrâneos ao celebrar a transformação em andamento da capital sulista em um ecossistema emergente. Pelos quatro cantos do Cais Mauá, área tradicional e cartão postal da cidade na qual acontece o South Summit, a fala carregada de sotaque de milhares de gaúchos confirma o entusiasmo: há uma esperança de que a cidade de Porto Alegre seja um novo destino para imporantes players de inovação daqui em diante.
O ânimo levou, inclusive, a plateia a aplaudir de pé o ex-governador do estado, Eduardo Leite, durante uma palestra na abertura do evento. O político é um dos responsáveis pela articulação do evento e um dos principais contatos entre o estado e a organização do South Summit.
Leite falou sobre a importância da interação entre órgãos públicos e empresas privadas para a criação de uma agenda conjunta em favor da inovação como resposta para desenhar o "futuro esperado por grande parte do público", nas palavras dele. A palestra também contou com a participação de María Benjumea, fundadora do festival.
Importantes indústrias e corporações regionais estão nos bastidores, patrocinando o evento, como uma tentativa de associar sua imagem ao modelo inovativo tão esperado para grandes empresas. Entre essas companhias estão a Randon, a rede de farmácias Panvel e a consultoria digital Meta. As três empresas marcaram presença no primeiro dia do South Summit Brasil, com destaque em diferentes painéis ao longo da programação.
Nestes próximos dias, ao que tudo indica, nem mesmo a chuva, o trânsito atípico para a região e os percalços climáticos devem ofuscar o momento de ouro da cidade.