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Sony reduzirá salários, contrariando o governo japonês

A empresa deverá cortar a média dos salários no ano que vem, em iniciativa que vai contra as recomendações do governo japonês

Sede da Sony, no Japão: o governo está pressionando grandes companhias para elevar os salários (Toru Hanai/Reuters)

Sede da Sony, no Japão: o governo está pressionando grandes companhias para elevar os salários (Toru Hanai/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 17h43.

Tóquio - A Sony deverá cortar a média dos salários no ano que vem em uma rara iniciativa para uma grande empresa japonesa, em uma decisão que vai contra as recomendações do primeiro-ministro Shinzo Abe de ampliar a renda para acelerar a economia.

Pelo segundo ano, Abe está pressionando grandes companhias para elevar os salários no ano fiscal a partir de abril e impulsionar o investimento, para iniciar um ciclo positivo de salários mais altos, lucros e preços, pondo fim a 15 anos de deflação.

O principal sindicato japonês de trabalhadores da indústria eletrônica deverá demandar reajustes acima de 2 por cento, e a expectativa é que as companhias aprovem. A maior parte dos trabalhadores da Sony, no entanto, não pertence ao sindicato, e a média de salário da companhia de 8,85 milhões de ienes (74 mil dólares) está entre as maiores da indústria.

A Sony passa por uma dura reestruturação depois de reduzir suas projeções de lucro seis vezes em dois anos, e a companhia disse no início deste ano que irá revisar sua estrutura de salários pela primeira vez em uma década, sem detalhar as mudanças esperadas.

"Estamos neste momento estudando diversas questões, enquanto a Sony em geral está em uma situação difícil", disse o porta-voz Yo Kikuchi à Reuters.

"O atual sistema de recursos humanos foi estabelecido cerca de dez anos atrás, então, é hora de uma revisão." Redução salariais não são usuais no Japão, especialmente em grandes companhias com tradição de empregos estáveis e compensação baseada em idade. As empresas frequentemente ajustam-se aos tempos difíceis reduzindo bônus e o pagamento de horas extras e contratando menos funcionários recém-formados.

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