Negócios

Sony e Sharp continuam luta para reestruturar seus negócios

A Sharp já alertou que talvez não seja capaz de sobreviver sem ajuda, enquanto a Sony manteve sua projeção de um lucro de 1,63 bilhão de dólares para o ano fiscal


	Sharp está em conversas há meses com a Hon Hai Precision Industry para que o grupo de Taiwan torne-se o maior acionista da companhia japonesa
 (Tim Kelly/Reuters)

Sharp está em conversas há meses com a Hon Hai Precision Industry para que o grupo de Taiwan torne-se o maior acionista da companhia japonesa (Tim Kelly/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 10h57.

Tóquio - A japonesa Sharp, fabricante de televisores em meio a uma grave crise, alertou que talvez não seja capaz de sobreviver sem ajuda, após ter quase dobrado sua projeção de prejuízo anual, para 5,6 bilhões de dólares, afirmando que estava considerando alianças com outras companhias.

"Nosso grupo corporativo registrou forte prejuízo líquido e operacional no segundo trimestre (fiscal) --e agora vemos sério fluxo negativo de caixa operacional. Isso desperta sérias dúvidas sobre (nossa capacidade) de manter a empresa em funcionamento", afirmou a Sharp em comunicado na quinta-feira.

Já a Sony, rival japonesa de maior porte, que liderou o setor de tecnologia no começo dos anos 80 com seu sistema de música portátil Walkman, obteve um pequeno lucro operacional no terceiro trimestre e manteve sua projeção de um lucro de 1,63 bilhão de dólares para o ano fiscal.

Mas a fabricante dos televisores Bravia e dos consoles PlayStation disse que projeta vender um número menor de seus sistemas portáteis de videogames PSP e Vita neste ano --10 milhões de unidades-- do que estimou anteriormente A empresa também reduziu sua projeção de vendas de televisores a 14,5 milhões de unidades e a de câmeras digitais a 16 milhões de unidades, mas manteve a projeção de vender 16 milhões de consoles PlayStation.

A desanimadora situação dessas marcas que lideraram a era dos bens eletrônicos de consumo desde os anos 1970 foi revelada um dia depois que a Panasonic anunciou que deve sofrer prejuízo de quase 10 bilhões de dólares neste ano fiscal.


A fabricante dos televisores Viera, que já demitiu mais de 36 mil pessoas, também deixou de pagar dividendos pela primeira vez em mais de seis décadas e reduziu sua projeção de vendas de televisores em mais de um quarto, para nove milhões de unidades.

As ações da Panasonic caíram em quase 20 por cento na quinta-feira, reduzindo em 3 bilhões de dólares o valor de mercado da companhia.

"As necessidades do consumidor vêm mudando e as empresas de eletrônica japonesas, como a Sharp, com seu tamanho e dependência do passado sucesso, demoraram demais a se adaptar", disse Yuuki Sakurai, presidente-executivo da Fukoku Capital Management.

A Sharp está em conversas há meses com a Hon Hai Precision Industry para que o grupo de Taiwan torne-se o maior acionista da companhia japonesa, e a empresa disse nesta quinta-feira que as conversas estavam em andamento, e que espera algum acordo antes do prazo estabelecido para março.

"Talvez a empresa não vá à falência neste ano, mas não acho que a Sharp seja um negócio viável nos próximos 3 a 5 anos", disse Tetsuro Ii, da Commons Asset Management, em Tóquio.

A Sony manteve sua previsão para o fechado do ano após os custos terem caído, embora agora espere vender menos dispositivos do que havia previsto há alguns meses, embora também tenha mantido sua previsão para vender 34 milhões de smartphones.

"O fato de que a Sony conseguiu manter lucro mostra a forte determinação e comprometimento da administração de continuar a cortar custos", disse Takashi Hiroki, estrategista-chefe da Monex.

"Comparado a Panasonic e Sharp... os resultados da Sony merecem algum crédito, mas ainda não vemos qual será o principal direcionador dos lucros no futuro", complementou.

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