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Soldiers Nutrition, de suplementos, multiplica receita por 10 e investe R$ 15 mi em nova fábrica

A área, com cerca de 10.000 metros quadrados e capacidade de 300.000 produtos por mês, chega para atender o aumento da demanda

Yuri Abreu, da Soldiers Nutrition: "O nosso intuito hoje é furar a bolha. Eu não quero vender somente para o cara da musculação" (Soldiers Nutrition/Divulgação)

Yuri Abreu, da Soldiers Nutrition: "O nosso intuito hoje é furar a bolha. Eu não quero vender somente para o cara da musculação" (Soldiers Nutrition/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 09h53.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2024 às 10h41.

Marca de suplementos, a Soldiers Nutrition pretende colocar de pé uma nova estrutura produtiva e está investindo R$ 15 milhões em um galpão na cidade de Cajamar, entreposto industrial na região metropolitana de São Paulo. Criada em 2014, a empresa está passando por sua melhor fase.

Nos 12 meses de 2023, o negócio registrou crescimento de 900% e faturou 150 milhões de reais. Para 2024, a expectativa é chegar a  250 milhões. A área, com cerca de 10.000 metros quadrados e capacidade de 300.000 produtos por mês, chega para atender o aumento da demanda.

Com uma estratégia de venda digital, por canais próprios e marketplaces, a Soldiers faz boa parte da sua receita com a venda de creatina, um produto em alta no mercado fitness, e whey protein. Mas o portfólio é bem mais extenso, reunindo carboidratos, vitaminas e termogênicos.   

“Esse é o nosso modelo desde o início e no qual eu mais conseguia entregar custo-benefício para o consumidor”, afirma Yuri Abreu, fundador e CEO da empresa. 

A expansão da empresa acompanha, em parte, a alta do setor de suplementos. Além disso, um laudo no fim de 2022 da Abenutri, associação de produtos nutricionais, jogou holofote sobre a creatina produzida pela marca, ajudando a posicionar o produto. “Nós tivemos um boom muito grande”, diz. 

Com os novos volumes, a empresa começou a ver a necessidade de encontrar um novo espaço, substituindo o galpão de 1.000 metros quadrados que tinha alugado no começo de 2022. 

Esse tipo de transição, rápida e com o ponteiro para cima, carrega um quê de novidade na história da Soldiers, acostumada a passar por maus bocados.  

Como a Soldiers foi criada 

A empresa nasceu de uma forma bem caseira e - mantendo boa parte da tradição do empreendedorismo brasileiro - por necessidade. Formado em Sistemas de Informação, Abreu criou o negócio após ser demitido de uma empresa de TI e descobrir que seria pai aos 21 anos. Fã de academia desde adolescente, ele tinha ganhado uma consulta com um nutricionista. 

Quando viu a lista de suplementos sugerida, abriu o jogo com o profissional: não tinha dinheiro para comprar. A indicação que mudaria a sua vida surgiu na sequência: comprar os produtos em uma loja na Zona Cerealista, no centro de São Paulo. 

Os preços, bem mais em conta, chamaram a atenção para um potencial negócio: comprar os produtos no atacado e vender. No início, aos amigos e conhecidos; depois, em plataformas como o Mercado Livre e Amazon. A “fábrica” era na própria casa dos pais.

O endereço comercial oficial só surgiu anos depois. Até pela estrutura “caseira”, ele comercializava apenas produtos básicos, como creatina e albumina. Os altos e baixos do negócio quase levaram a Soldiers ao fim. 

O negócio acumulava dívidas, e Abreu e a esposa e sócia na empresa Fabiula Freire - namorada à época -, desânimo, no começo de 2020. Um chacoalhão da mãe dele os colocou de volta ao foco. 

Passado o período mais complexo da pandemia, a corrida por atividades físicas fez a Soldiers ganhar uma sobrevida. “Quando a prefeitura anunciou o retorno das academias, tivemos um monte de vendas porque a galera voltou a querer treinar. Foi aí que as coisas começaram a acontecer”, afirma. 

Onde estão as novas oportunidades do negócio

Com maior capacidade produtiva, prevista para meados deste ano, a empresa pretende explorar outros mercados. Novos produtos estão no radar, mas a receita para manter o bom momento do negócio está na ampliação do perfil dos consumidores. 

“O nosso intuito hoje é furar a bolha. Eu não quero vender somente para o cara da musculação”, afirma Abreu. 

Um dos caminhos é ampliar a comunicação sobre os os benefícios de ganho de massa muscular e força da creatina, atributos que podem contribuir para diversos grupos, assim como os suplementos vendidos em cápsulas, a exemplo de multivitamínicos.  

A marca prevê a abertura ainda de quiosques em shopping centers para se aproximar dos consumidores. O primeiro teste, no Shopping Anália Franco, em São Paulo, está previsto para os próximos meses. 

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