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Softline compra Compusoftware e cria gigante de TI no Brasil

Com acordo, Softline ganha escala no Brasil e Compusoftware se internacionaliza


	Os executivos Gustavo Capart (à esquerda) e José Azevedo, da Softline: empresa espera faturar US$ 150 milhões na AL
 (Claudio Gatti/Softline)

Os executivos Gustavo Capart (à esquerda) e José Azevedo, da Softline: empresa espera faturar US$ 150 milhões na AL (Claudio Gatti/Softline)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 25 de abril de 2016 às 17h55.

São Paulo - A Softline, multinacional russa de soluções de TI, acaba de comprar a brasileira Compusoftware, que vende licenças de software corporativo (majoritariamente da Microsoft) e presta serviços de infraestrutura.

O valor do acordo não foi divulgado. Juntas, elas esperam alcançar um faturamento de 150 milhões de dólares na América Latina no ano fiscal 2015/2016, que termina em março.

A meta da companhia combinada, que passa a se chamar Softline Brasil e estaria entre as cinco maiores da região no ramo de tecnologia, é aumentar as receitas em algo entre 10% e 20% nos próximos 12 meses.

Com o negócio, a operação brasileira se torna a mais importante do grupo Softline fora da Rússia. A empresa, que tinha cerca de 100 clientes por aqui, passa a incorporar os 500 da carteira da Compusoftware.

Objetivos complementares

A negociação durou aproximadamente seis meses. "Foi muito rápido porque as sinergias são muito grandes. O objetivo deles vai muito ao encontro do nosso", disse José Azevedo, presidente da Sofline Brasil, em entrevista exclusiva a EXAME.com.

Antes de assumir a nova empresa, Azevedo comandou a Compusoftware por cerca de um ano e meio  e tinha a missão de atrair um investidor para fazê-la crescer.

A princípio, ele contratou um banco para ajudá-lo nessa busca, mas o processo não deu certo. Foi então que apareceu a Softline.

A companhia russa está no Brasil desde 2014. Ela tinha planos de se expandir organicamente no país, mas, em meio à crise econômica, optou pela aquisição para acelerar seu processo.

Sua estratégia é se consolidar em mercados emergentes como aqui e a Índia (onde ela também chegou em 2014) e se tornar robusta o suficiente para abrir seu capital.

"Queremos nos tornar uma ‘blue chip’ para aqueles que investem nos BRICs", disse Igor Borovikov, fundador e presidente do conselho da Sofltine, em nota.

O IPO deve acontecer dentro dos próximos três a cinco anos, na região da Europa ou Ásia.

"Ainda não está definido. Há um grupo fazendo os processos internos, estamos negociando em que bolsa vamos nos lançar", contou a EXAME.com Gustavo Capart, diretor de vendas, marketing e serviços LATAM da Softline.

Graças ao acordo, os planos das duas empresas avançam: enquanto a Softline ganha escala no Brasil, a Compusoftware se internacionaliza.

Ao fazer parte de um grupo multinacional, a brasileira diversifica seu faturamento e fica mais forte para atravessar a crise econômica.

"Com a desvalorização do dólar, que é a principal moeda de trading dentro do nosso mercado, não dá. É preciso trazer receitas de outros países", disse Azevedo.

Como fica

A Compusoftware tinha cerca de 86 funcionários no país, distribuídos entre escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Já a Softline estava presente em São Paulo e em Brasíla e empregava 30 pessoas.

Os escritórios de São Paulo já foram integrados e, ao final de todas as sinergias, a Softline Brasil deve terminar com 100 empregados.

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