Condomínio em São Paulo: mercado de derivativos pouco desenvolvido afasta risco de bolha (ANTONIO MILENA)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2011 às 13h24.
São Paulo - Após a bolha imobiliária dos Estados Unidos, espalhou-se o temor de formação de novas bolhas ao redor do mundo. Daniel Cherman, presidente para o Brasil da Tishman Speyer, e Gary Garrabrant, sócio do megainvestidor Sam Zell no Equity International, não acreditam que o Brasil viva uma bolha no setor imobiliário.
"Para falar de bolhas, precisaríamos de um mercado imobiliário muito envolvido com elementos financeiros como nos Estados Unidos; aqui não há muito investidores em casas", disse Cherman. "Essa ideia de construir e comprar com facilidade não se aplica ao Brasil, aqui ainda é difícil construir e financiar", disse Garrabrant.
Nos últimos anos no Brasil, o imóvel sempre foi proteção contra a inflação.Hoje, como a taxa de juros está mais baixa, o ambiente de mercado imobiliário como investimentos está começando a se fortalecer, segundo Cherman.
O executivo acredita que os preços em São Paulo já chegaram a um teto. "Em São Paulo, os preços subiram muito rápido até 2010, e vemos alguns limites a partir do final do ano", disse. Para Garrabrant, como São Paulo é uma cidade global, os preços não estão "tão absurdos".
Para Cherman, um dos desafios no Brasil é a falta de pessoas qualificadas - e outro é a burocracia. "O processo de aprovação tem sido bem difícil para nós", afirmou. Já para Garrabrant, os desafios são maiores. "Não teríamos tempo suficiente para falarmos de todos os desafios daqui. Você sai do avião e já está na fila da imigração, a malha viária, a mão de obra é outra restrição", disse.
O Equity International possui seis empresas no Brasil em seu portfólio. Entre elas, a Gafisa. Cherman e Garrabrant participaram hoje da Cúpula Econômica da Bloomberg no Brasil.