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Sócio da Oi quer apoio de Temer com bancos estatais

O empresário quer ajustar um dos entraves para o plano da tele, que deve R$ 65 bilhões à Anatel, Banco do Brasil, Caixa e BNDES

Temer durante evento da Reuters em Nova York (Darren Ornitz/Reuters)

Temer durante evento da Reuters em Nova York (Darren Ornitz/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 09h28.

Brasília - Representantes do fundo Societé Mondiale pediram ao presidente Michel Temer apoio ao plano de recuperação judicial proposto para a Oi.

Um dos entraves para o plano da tele, que deve R$ 65 bilhões, são os débitos com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e com bancos oficiais como Banco do Brasil, Caixa e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A estimativa é que a companhia deva R$ 20 bilhões ao órgão regulador e R$ 10 bilhões para as instituições financeiras.

"Tentaremos buscar uma solução. Faremos reunião com a Anatel, agora com a participação do governo, no mais alto escalão, tentando encontrar um caminho", disse o conselheiro Hélio Costa.

Também participaram da reunião o presidente do conselho de administração da Oi, José Mauro Cunha, e o conselheiro Luís Palha - todos foram indicados pelo fundo Societé Mondiale, capitaneado pelo empresário Nelson Tanure.

Costa disse que a companhia precisa de mais prazo para quitar suas dívidas com BNDES, Caixa, Banco do Brasil e Anatel. O ex-ministro disse que as instituições devem ter tratamento "privilegiado" no plano de recuperação.

Segundo ele, dependendo do prazo em que aceitarem receber os pagamentos, as instituições financeiras podem receber 100% dos valores.

Em relação às dívidas da Anatel, Costa disse que a empresa não terá como pagar R$ 20 bilhões em multas em quatro anos. O ex-ministro disse que a Oi quer pagar as penalidades por meio de termos de ajustamento de conduta (TACs) e pediu um prazo entre 10 e 12 anos para realizar os investimentos propostos nesses acordos.

A Advocacia-Geral da União (AGU) é contra qualquer desconto e aceita o parcelamento em no máximo cinco anos, Costa disse, porém, que a AGU deveria levar a situação da tele em conta.

Costa descartou a existência de conflito de interesses entre o Conselho de Administração da Oi e os credores da companhia, como foi apontado pela Anatel na semana passada.

O novo plano prometido para 27 de setembro não teria sido aprovado por essa razão. Na segunda-feira, o diretor financeiro e de relação com investidores da companhia, Ricardo Malavazi, renunciou.

No mesmo dia, grupos de credores encabeçados por Moelis e G5 reapresentaram sua proposta alternativa para a recuperação judicial.

O presidente da Oi, Marco Schroeder, reiterou que a diretoria não vai aceitar um plano de recuperação judicial que comprometa as operações.

A assembleia geral de credores está marcada para o dia 23. O novo plano deve ser apresentado no dia 11. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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