Negócios

Sobrevivência de empresa é mais importante, diz Santander sobre Odebrecht

Construtora tem encontrado resistência por parte de bancos que temem abrir mão da preferência nas ações da Braskem e serem questionados pelo TCU

Odebrecht: empresa quer que bancos abram mão da preferência nas ações da Braskem, dadas em garantia em outro empréstimo, para obter um crédito novo (Carlos Jasso/Reuters)

Odebrecht: empresa quer que bancos abram mão da preferência nas ações da Braskem, dadas em garantia em outro empréstimo, para obter um crédito novo (Carlos Jasso/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2018 às 17h27.

São Paulo - O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, afirmou que a sobrevivência de uma companhia no longo prazo é o fator mais importante para o banco, ao ser questionado sobre a situação da Odebrecht S.A. que busca crédito novo para cumprir seus compromissos financeiros.

"A coisa mais importante para o banco é a sobrevivência de longo prazo da empresa com a qual a gente trabalha. Se você acredita que a empresa tem condições de sobreviver no seu modelo de negócios, com o seu balanço isso é o mais importante. O resto é técnica bancária e negociação", disse ele, em coletiva de imprensa, realizada nesta quarta-feira, 25.

De acordo com Rial, o primeiro princípio para uma instituição financeira "é jamais colocar qualquer que seja a posição do banco, seja subordinação ou não, à frente da importância da sobrevivência da empresa". "É para isso que a gente existe. Nós não temos outra razão", disse ele.

As afirmações do presidente do Santander ocorrem em meio às negociações da Odebrecht com bancos para conseguir que além do espanhol, o Banco do Brasil e também o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abram mão da preferência nas ações da Braskem, dadas em garantia em outro empréstimo, para obter um crédito novo.

O grupo já teria conseguido o aval de Itaú Unibanco e Bradesco para uma nova linha de R$ 2,2 bilhões, segundo antecipou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), mas esses bancos teriam exigido senioridade nos papéis para liberação dos recursos.

A Odebrecht tem encontrado resistência, principalmente, por parte dos bancos públicos que temem abrir mão da preferência nas ações da Braskem e serem futuramente questionados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A despeito disso, segundo fontes, as negociações avançaram nos últimos dias. OS recursos são essenciais para que o braço de engenharia e construção do grupo, a OEC, honra meio bilhão de reais em dívidas junto a credores externos e que vencem nesta quarta-feira.

O presidente do Santander Brasil afirmou ainda que, obviamente, há, depois de priorizada a sobrevivência da empresa, outras questões que é como você - neste caso, o banco - está em relação aos outros credores. "Mas essa é uma discussão de banco. A postura é sempre fazer com que a empresa sobreviva", concluiu ele.

Acompanhe tudo sobre:BancosConstrutorasNovonor (ex-Odebrecht)Santander

Mais de Negócios

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU

Ele quase devolveu o dinheiro aos investidores, mas conseguiu criar um negócio que vale US$ 100 mi

Com chocolate artesanal amazônico, empreendedora cria rede de empoderamento feminino

Na maior Black Friday da Casas Bahia, R$ 1 bilhão em crédito para o cliente