Negócios

Só o BC pode aprovar fusões bancárias, conclui STJ

Cade não terá como exigir participação nas análises

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concluiu esta semana que, pelas leis em vigor, o Banco Central é o único órgão competente para aprovar fusões bancárias no País.

Na avaliação de fonte da Advocacia-Geral da União (AGU), os ministros do STJ deixaram claro que, enquanto estiver em vigor o parecer que determina a competência exclusiva do BC sobre a questão, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não terá como exigir participação nas análises. "Ficou claro que o Cade tem de se submeter aos pareceres normativos da União", afirmou a fonte.

A decisão que reforça a norma fixada pela AGU em 2001 foi tomada no julgamento da compra do Banco de Crédito Nacional (BCN) pelo Bradesco. Os ministros da 1.ª seção do STJ derrubaram a multa aplicada pelo Cade contra o Bradesco por concordarem que somente o BC pode exigir notificações sobre negócios entre instituições financeiras.

A única questão que ficou pendente no julgamento é se o compartilhamento de competências entre BC e Cade pode ser determinado apenas por uma mudança no parecer da AGU ou se é preciso a aprovação de uma lei no Congresso.

Como alguns ministros não fizeram a leitura completa de seus votos, essa dúvida só será dirimida quando for publicado o resumo final da decisão (acórdão). Não existe, entretanto, prazo legal para essa publicação.

Cade

O Cade tem analisado fusões entre bancos, mas seu trabalho se concentra apenas nos aspectos concorrenciais. E, ainda assim, mesmo que o Conselho considere que uma determinada operação possa trazer prejuízos aos consumidores, se o BC considerá-la fundamental para a estabilidade do sistema financeiro, o negócio será aprovado. A fusão entre o Itaú e o Unibanco, por exemplo, foi aprovada pelo Cade na semana passada, depois de quase dois anos de análise. Mas a operação já havia recebido a bênção do BC 18 meses antes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leia outras notícias sobre fusões

Siga as notícias de Negócios do site EXAME no Twitter

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBancosCadeFinançasFusões e AquisiçõesMercado financeiro

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões