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Só 100 empresas representam 70% das emissões globais desde 1988

A lista inclui gigantes como a ExxonMobil, Shell, BP, Chevron, Petrobras, Peabody, Total e BHP Billiton

Exploração de petróleo (./Thinkstock)

Exploração de petróleo (./Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 13 de julho de 2017 às 12h23.

São Paulo - A mudança climática, fenômeno que ameaça mudar radicalmente a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, foi acelerada nos últimos 30 anos por apenas 100 grandes empresas de petróleo, gás e carvão, revela uma pesquisa inédita realizada pelo CDP em parceria com o Climate Accountability Institute.

O estudo mostra que 71% de todas as emissões mundiais de gases de efeito estufa (cerca de 635 bilhões de toneladas de CO2e) podem ser atribuídas ao seleto grupo de produtores de combustíveis fósseis desde 1988, quando as Nações Unidas criaram o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas para estudar o impacto do  aquecimento global

A lista de maiores empresas emissoras no período inclui gigantes como a ExxonMobil, Shell, BP, Chevron, Petrobras, Peabody, Total e BHP Billiton. Entidades estatais, como Saudi Aramco, Gazprom, National Iranian Oil, Coal India, Pemex, CNPC e as chinesas Shenhua Group e China National Coal Group também integram a lista.

Detalhe: apenas 25 dessas empresas são responsáveis por mais da metade das emissões industriais no período estudado. Os números incluem emissões diretas das operações corporativas, bem como emissões indiretas, liberadas pelo transporte.

Os dados também revelam que 32% das emissões provêm de empresas pertencentes a investidores públicos, o que demonstra a importância dos investidores para a transição para uma economia mais sustentável.

O relatório Carbon Majors alerta que se os combustíveis fósseis continuarem a ser extraídos ao mesmo ritmo que entre 1988 e 2017, as temperaturas médias globais aumentariam em 4ºC até o final do século.

"Da captura de carbono à energia limpa, passando pela mitigação do metano e eficiências operacionais, as empresas de combustíveis fósseis terão que demonstrar liderança, contribuindo na escala e no ritmo necessários para a transição de baixo carbono", diz Pedro Faria, diretor técnico da CDP. "Elas precisarão planejar seu futuro no contexto de uma transformação radical do sistema energético global".

O estudo do CDP segue um relatório recente do setor de petróleo e gás lançado pela entidade que revelou que a indústria está começando a transição para energia renovável. As empresas europeias estão superando seus pares dos EUA no quesito governança climática e investimento estratégico em tecnologia de baixa emissão de carbono.

 

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