(Divulgação/Fonte padrão)
Karin Salomão
Publicado em 22 de abril de 2020 às 14h20.
Última atualização em 22 de abril de 2020 às 14h20.
Em isolamento social, aplicativos de mensagens, de teleconferências e redes sociais estão se destacando. O aplicativo de teleconferências Zoom ganhou centenas de milhões usuários desde o início da pandemia e a Netflix teve o seu melhor trimestre, com 16 milhões de novos assinantes.
Mas uma rede social até então apagada voltou a ganhar novos usuários de maneira acelerada. O Snapchat viu o número de usuários ativos crescer 20% no primeiro trimestre do ano, chegando a quase 230 milhões de pessoas. A rede ganhou ainda mais usuários que a Netflix: foram 39 milhões de novos usuários ativos por dia.
Como resultado, as receitas da Snap, empresa que controla a rede, aumentaram 44% para 462 milhões no trimestre e a empresa melhorou o fluxo de caixa em 109%. A pandemia do coronavírus pode ser o impulso que a empresa precisava para encarar rivais de peso, como Facebook e TikTok.
As ações da empresa estão em alta de quase 28% hoje. Mesmo assim, o valor, de 16,20 dólares por ação, ainda é mais baixo que os 27,09 dólares registrados na abertura de capital, em março de 2017.
A empresa ainda não registrou lucro desde a sua abertura de capital, mas registrou perdas menores nesse trimestre, com prejuízo de 306 milhões de dólares.
Diariamente, foram enviados 4 bilhões de Snaps, ou mensagens, durante o primeiro trimestre do ano. Nem só de mensagens instantâneas vive o aplicativo americano: no trimestre, mais de 60 shows foram transmitidos para uma audiência de 10 milhões de usuários. O tempo passado no aplicativo cresceu 35%.
Criada por Evan Spiegel para compartilhar fotos e vídeos curtos que desapareciam em 24 horas, a rede social recebeu ofertas de compra de sua maior concorrente, o Facebook, de até 3 bilhões de dólares. O Snapchat recusou, levando a uma disputa cada vez maior com a rede criada por Mark Zuckerberg.
O Facebook criou o Stories, ferramenta semelhante ao Snapchat para compartilhamento de imagens efêmeras. Inicialmente voltado para o Instagram, o Stories já foi incorporado ao Whatsapp e Facebook, que pertencem ao mesmo grupo, e recentemente chegou até ao LinkedIn, rede social profissional da Microsoft.
Agora, a concorrência vem do outro lado do mundo. O TikTok, aplicativo chinês que incorporou o Musical.ly e é controlado pela empresa ByteDance, é um dos mais baixados pelo mundo. Permite que os usuários façam vídeos virais de 15 segundos e já tem 800 milhões de usuários.
O desafio do Snapchat, agora, é manter os usuários engajados durante e depois do fim da pandemia.