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Smiles prevê que reservas sem milhas cheguem a até 20%

Desde o ano passado, a companhia tem intensificado iniciativas para permitir que clientes reservem passagens antecipadamente

Smiles: "Essa modalidade deve representar de 10 a 20% das emissões ainda neste ano", disse Andrade (foto/Divulgação)

Smiles: "Essa modalidade deve representar de 10 a 20% das emissões ainda neste ano", disse Andrade (foto/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 23 de março de 2017 às 17h08.

São Paulo - A gestora de programas de fidelidade Smiles prevê que as passagens aéreas para clientes que não têm milhas suficientes ao fazerem suas reservas atinjam até 20 por cento dos bilhetes emitidos por meio da companhia já em 2017, disse o presidente-executivo Leonel Andrade.

"Essa modalidade deve representar de 10 a 20 por cento das emissões ainda neste ano", disse Andrade à Reuters.

Desde o ano passado, a companhia, segunda maior do setor no país, com 12 milhões de participantes, tem intensificado iniciativas para permitir que clientes reservem passagens antecipadamente, mesmo que não tenham recompensas suficientes para pagar.

A campanha mais recente, Viaje Fácil, lançada no começo do ano, possibilita reserva de passagem aérea com até 330 dias de antecedência.

Nesse modelo, o cliente tem até 60 dias antes da viagem para quitar o saldo exclusivamente em milhas. Ao fazer o pagamento, clientes do Clube Smiles e da categoria Diamante recebem 4 mil milhas. Os demais clientes recebem 2 mil milhas.

O preço da passagem é o praticado no dia da emissão. Clientes que desistirem da compra pagam uma taxa de 120 reais.

Por ora, o programa vale apenas para as companhias internacionais parceiras da Smiles, diante da leitura da empresa de que a maior demanda por esse recurso vem de clientes de renda mais alta.

"Mas devemos incluir passagens da Gol também a partir do segundo semestre", disse Andrade. A companhia aérea Gol é a controladora da Smiles.

A iniciativa surge num momento em que o mercado de fidelidade tem perdido fôlego no Brasil, em linha com os dois anos de recessão econômica, pontuada por grave retração no consumo.

Os gastos com cartão de crédito são uma das principais fontes de acúmulo de pontos em programas de fidelidade.

Segundo o IBGE, as vendas varejistas no Brasil recuaram 6,2 por cento sobre 2015, no pior resultado da série histórica iniciada em 2001.

Esse movimento se deu no ano passado enquanto as companhias aéreas reduziam a oferta de assentos para tentar elevar as taxas de ocupação e de rentabilidade, com menos descontos de preços.

Com isso, na prática o volume de milhas necessárias para comprar passagens cresceu, levando o setor de fidelidade a perder força em volume de resgates no ano passado.

Segundo dados da Abemf, entidade do setor, o acúmulo e o resgate de milhas no mercado nos primeiros nove meses de 2016 caíram 6,7 por cento e 9,8 por cento, respectivamente, excluindo a própria Smiles.

Um dos resultados desse quadro foi que o volume de recompensas acumuladas que expiraram sem uso, o chamado breakage, subiu após vários trimestres em queda. As receitas da Smiles com breakage no quarto trimestre cresceram 60 por cento.

Num mercado em desaceleração, as empresas de fidelidade têm lutado mais bravamente para reter em seus programas o pedaço de um mercado praticamente estagnado.

O caminho trilhado pela Smiles é uma tentativa de antecipar para a empresa as compras futuras de clientes, admite o presidente da companhia.

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