EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
Lusaka - O maior sindicato de trabalhadores em mineradoras da Zâmbia disse nesta quarta-feira que iria bloquear a planejada mina de cobre da Vale, projeto de 400 milhões de dólares, por preocupações com más condições de trabalho.
O presidente do sindicato Union of Zambia (MUZ) Rayford Mbulu disse que a Vale, que planeja desenvolver a mina de cobre Konkola North, se envolveu num impasse com trabalhadores no Canadá por quase um ano e não deveria ser permitida a operar na Zâmbia.
Mbulu disse que os 20 milhões de membros da União Geral Internacional dos Trabalhadores de Química, Energia e Mineração (ICEM) decidiu se opor aos investimentos da Vale pelo mundo até a companhia garantir que vai respeitar os direitos trabalhistas.
"Nós não queremos a Vale e vamos fazer campanha contra ela por causa da maneira pela qual ela abusa de trabalhadores siderúrgicos no Canadá. A Vale é muito irredutível", disse Mbulu.
Procurada pela Reuters, a Vale informou no Brasil que não vai comentar o assunto.
A Vale e o sindicato que representa os trabalhadores em greve na mina de níquel em Voisey's Bay no leste do Canadá romperam na última semana conversações que visavam o fim da longa paralisação de um ano, disse a União dos Trabalhadores Siderúrgicos.
O diretor-executivo da Vale, Eduardo Ledsham, disse no início deste mês que a companhia planeja começar a produzir cobre na mina de Konkola Norte em 2013 em uma joint venture com a sul-africana Rainbow Minerals.
A mina de cobre é a principal da Zâmbia, e a maior fonte de geração de emprego no país africano de 12 milhões de pessoas.
Companhias de mineração estrangeiras na Zâmbia incluem a canadense First Quantum Minerals, a Vedanta Resources, lista na bolsa de Londres, a suíça Glencore International e a sul-africana Metorex.