Embraer: o acordo de venda da principal unidade da empresa para a Boeing fracassou, em uma ação que a fabricante brasileira de aviões afirmou se tratar de "má-fé" (Roosevelt Cassio/Reuters)
Reuters
Publicado em 3 de julho de 2020 às 18h40.
Última atualização em 3 de julho de 2020 às 19h16.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no interior paulista, anunciou nesta sexta-feira abertura de processo para afastamento imediato do conselho de administração da Embraer, depois que o acordo de venda da principal unidade da empresa para a Boeing fracassou, em uma ação que a fabricante brasileira de aviões afirmou se tratar de "má-fé."
A desistência da Boeing em comprar o controle da divisão de jatos comerciais da Embraer forçou a empresa a buscar novos caminhos em meio à queda na demanda por viagens aéreas causada pelas medidas de isolamento social ao redor do mundo.
A Embraer afirmou que o sindicato "vale-se de insinuações infundadas e distorce informações de modo a confundir a opinião pública e os colaboradores da empresa." A companhia informou ainda que não teve acesso ao requerimento apresentado pelo sindicato à Justiça.
O processo acusa o conselho da Embraer de ter permitido uma "espionagem" sobre os negócios da empresa ao deixar que engenheiros americanos da Boeing trabalhassem na unidade de pesquisa e desenvolvimento da fabricante brasileira durante a época em que o acordo de venda da área de jatos comerciais parecia que iria de fato se materializar.
O conselho da Embraer "opera criando perdas bilionárias e repassando o custo de sua incompetência para os trabalhadores", afirma o sindicato no processo.
A Embraer afirmou que o sindicato "demonstra desconhecimento sobre a empresa e sua gestão."