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Siemens pode entrar no mercado submarino para se manter

Se a Siemens quiser se tornar maior no setor de energia, seu próximo movimento deverá ser no ramo de negócios submarinos, como a perfuração


	Siemens: perfuração submarina é atrativa para grandes empresas porque é a maior fonte de algumas das maiores descobertas
 (Guenter Schiffmann/Bloomberg)

Siemens: perfuração submarina é atrativa para grandes empresas porque é a maior fonte de algumas das maiores descobertas (Guenter Schiffmann/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2015 às 19h15.

Se a Siemens AG estiver falando sério sobre se tornar maior nos mercados de energia, seu próximo movimento deverá ser offshore.

O plano do CEO Joe Kaeser de se tornar “a empresa” para geração e distribuição de energia enfrentou dificuldades nos últimos meses, quando os preços do petróleo caíram logo depois de ele anunciar a aquisição da Dresser-Rand Group Inc. por quase US$ 8 bilhões.

Kaeser manteve o negócio, que foi pensado para ajudar a empresa alemã avaliada em US$ 96 bilhões a aumentar sua presença no setor de fraturamento hidráulico (fracking) nos EUA.

Agora, a Siemens tem mais um grande buraco a preencher para continuar competitiva em relação à rival General Electric Co.: o dos equipamentos usados para processar o petróleo extraído das profundezas do oceano.

A perfuração submarina é atrativa para grandes empresas petrolíferas porque é a maior fonte de algumas das maiores descobertas.

A Siemens precisa evitar ser “vencida em armas” no negócio de equipamentos para processamento submarino da mesma forma que durante a eclosão do petróleo de xisto na América do Norte, e uma aquisição pode ser a melhor forma de consegui-lo, disse Nick Heymann, da William Blair Co.

A FMC Technologies Inc. e a Cameron International Corp. são os alvos mais lógicos, disse ele.

O fundo do mar “foi uma das maiores áreas de crescimento das últimas duas décadas e continuará sendo, apesar das flutuações de curto prazo nos preços das commodities”, disse James West, analista da Evercore ISI em Nova York, em entrevista por telefone. “As empresas industriais precisam ter um produto para atender isso”.

Baratas agora

A FMC e a Cameron estão avaliadas, cada uma, em mais de US$ 9 bilhões -- ou seja, são grandes o suficiente para garantir à Siemens uma presença forte e instantânea em bombas e compressores submarinos --.

E, como muitas empresas relacionadas ao setor de energia atualmente, elas são muito mais baratas do que antes da queda nos preços do petróleo.

Um representante da Siemens, que tem sede em Munique, preferiu não comentar se estaria interessado na FMC ou na Cameron. Representantes da FMC e da Cameron, ambas com sede em Houston, EUA, preferiram não comentar.

As inovações em equipamentos de processamento submarino podem derrubar o custo de mais de US$ 100 por barril para a recuperação do petróleo offsore em cerca de 30 por cento até 2020, segundo Heymann, da William Blair.

Isso pode ajudar a transformar aquilo que é atualmente um mercado de equipamentos de US$ 30 bilhões em uma indústria de US$ 150 bilhões até a metade da próxima década, estima ele. Os equipamentos de processamento separam a produção do poço em petróleo, gás e água antes de transportar o produto.

Exposição limitada

“Nós acreditamos que o programa que estamos executando nos dará uma posição muito boa no segmento de energia e distribuição submarina do mercado”, disse Bjoern Rasch, chefe de energia submarina da Siemens, em entrevista por telefone.

“A parte da energia é um segmento pequeno do mercado submarino total, mas é um importante facilitador para que haja mais processamento submarino”.

Isso não será suficiente se a Siemens quer alcançar as ofertas da GE, contudo.

A maior fornecedora mundial de turbinas a gás para serviços pesados vem se expandindo em equipamentos para águas profundas e é uma das poucas empresas que podem oferecer o pacote completo de bombas e sistemas de compressão e controle submarinos, segundo um estudo de fevereiro de 2014 da WorleyParsons Ltd.

A Aker Solutions ASA, a FMC e a OneSubsea -- uma joint venture entre a Cameron e a Schlumberger Ltd. -- são outras grandes fornecedoras.

A Siemens “conseguiu algum tempo, mas ele está passando”, disse Heymann. “O próximo real ressurgimento de investimentos virá do processamento no fundo do mar”.

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