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Siemens negocia acordo por trens com Alstom e Bombardier

Siemens passou a conversar mais recentemente também com a rival francesa Alstom sobre distintos acordos, disseram as fontes

Siemens: as negociações ocorrem em um momento em que as três enfrentam uma concorrência maior chinesa (Siemens/Getty Images/Getty Images)

Siemens: as negociações ocorrem em um momento em que as três enfrentam uma concorrência maior chinesa (Siemens/Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 16h30.

Frankfurt/Londres - A Siemens negocia com a Alstom e também com a Bombardier possíveis combinações de operações ferroviárias, dando à empresa de engenharia alemã duas opções para buscar uma consolidação no setor, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Apesar de negociar há meses com a Bombardier, que tem sede em Montreal, a criação de duas joint ventures ferroviárias, a Siemens passou a conversar mais recentemente também com a rival francesa Alstom sobre distintos acordos, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas.

Uma opção considerada pela Siemens é injetar sua divisão ferroviária na Alstom em troca de uma grande participação na entidade francesa ampliada, disseram duas das pessoas. As empresas também podem optar por joint ventures, disse outra pessoa.

Não está claro se a Siemens optará por fechar acordo com a empresa canadense ou com a francesa nem se as negociações serão bem-sucedidas, considerando que qualquer tentativa de consolidação seria complexa e poderia enfrentar obstáculos antitruste significativos, disseram as pessoas. Um representante da Siemens preferiu não comentar o assunto e não foi possível entrar em contato imediatamente com a Alstom.

Concorrência chinesa

As negociações para uma combinação ocorrem em um momento em que as três empresas enfrentam uma concorrência maior da líder do setor, a chinesa CRRC, formada a partir da fusão das duas principais fabricantes regionais de trens do país, em 2015. As operações ferroviárias da Siemens e da Bombardier têm uma sobreposição significativa na Europa, especialmente na Alemanha, o que aumenta a probabilidade de venda de ativos para dissipar preocupações regulatórias e a possibilidade de cortes de empregos.

Um acordo com a Alstom estaria em consonância com as ações do CEO da Siemens, Joe Kaeser, que busca uma estrutura mais parecida à de uma holding para o conglomerado alemão, dando autonomia às unidades, mas mantendo o gerenciamento centralizado. A Siemens atualmente planeja criar a divisão de saúde Healthineers após combinar sua divisão de energias renováveis com a de uma rival espanhola para formar a Siemens Gamesa Renewable Energy, da qual é proprietária majoritária.

A Siemens e a Bombardier estavam avançando rumo à criação de uma joint venture para suas operações de material rodante, que seriam controladas pela Bombardier, e de outra para a sinalização, na qual a Siemens teria maioria, disseram pessoas informadas sobre as negociações em junho, quando se esperava um acordo em poucos meses.

Na eventualidade de um acordo com a empresa canadense, a Alstom seria deixada de fora ou ficaria em posição de comprar ativos que ambas poderiam ter de vender para conseguir a aprovação das autoridades antitruste. A fabricante francesa de locomotivas, veículos leves sobre trilhos e sistemas de sinalização se transformou em uma empresa focada em transporte após vender a maior parte de seus ativos de energia à General Electric em 2015. Na época, a Siemens fez uma contraproposta à Alstom que incluía a combinação de suas operações ferroviárias.

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