Negócios

Siemens deixa eletrodomésticos e aumenta atividades nos EUA

A Siemens anunciou que vai abandonar a fabricação de eletrodomésticos e concentrar-se nas atividades de energia

Capacetes da Siemens: estratégia da empresa visa segmentos mais rentáveis (Michele Tantussi/AFP)

Capacetes da Siemens: estratégia da empresa visa segmentos mais rentáveis (Michele Tantussi/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 09h24.

Berlim - O conglomerado industrial alemão Siemens anunciou nesta segunda-feira que vai abandonar a fabricação de eletrodomésticos e concentrar-se nas atividades de energia, com a compra da empresa americana Dresser-Rand, ativa no setor de gás de xisto.

A empresa com sede em Munique anunciou a venda ao grupo Bosch, por três bilhões de euros, de sua participação de 50% na empresa conjunta de eletrodomésticos "Bosch und Siemens Hausgeräte".

Algumas horas antes, a Siemens anunciou a compra, por 7,6 bilhões de dólares da Dresser-Rand, fabricante de equipamentos para a extração de gás de xisto, um setor em plena expansão nos Estados Unidos, com sede em Houston (Texas) e cotação na Bolsa de Nova York.

"Com a venda de nossa participação na BSH (Bosch und Siemens Haushaltsgeräte), seguimos concentrados em nossa atividade primordial, a energia elétrica no sentido amplo", afirma em um comunicado o diretor da Siemens, Ralf Thomas.

A saída da Siemens da fabricação de aspiradores de pó e máquinas de lavar é parte da estratégia de seu presidente, Joe Kaeser, de concentrar-se nos segmentos mais rentáveis: usinas eólicas, turbinas de gás, transporte (a Siemens fabrica o trem alemão de alta velocidade ICE) e saúde.

A estratégia inclui a venda das atividades periféricas do grupo, que tem a segunda maior capitalização na Bolsa de Frankfurt, atrás apenas da Bayer.

Em julho, a empresa vendeu a atividade de fabricação de material de laboratório de microbiologia e pouco depois os serviços de informática para hospitais e clínicas. Paralelamente, comprou em maio a divisão de turbinas de gás e compressores da Rolls Royce.

A compra da Dresser-Rand, uma empresa com 8.000 funcionários e volume de negócios de 3,03 bilhões de dólares em 2013, é parte da mesma estratégia. A aquisição permitirá a Siemens "fortalecer o segmento de gás e petróleo, muito frágeis, se suas atividades nos Estados Unidos", segundo Jasko Terzic, analista do DZ Bank.

A compra da empresa americana permitirá a Siemens aproveitar a expansão da produção de gás de xisto nos Estados Unidos, já que os compressores e as bombas de extração da Dresser-Rand são utilizados no processo de fratura hidráulica.

Acompanhe tudo sobre:BoschEmpresasEmpresas alemãsempresas-de-tecnologiaGás de xistoSiemens

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação