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Shell deve investir até US$ 10 bi nos próximos 4 anos

Maioria dos investimentos serão para projetos com a Petrobras e o pré-sal, incluindo os projetos da petroleira britânica BG e no Campo de Libra

Shell: presidente da companhia no Brasil, André Araújo, ressaltou que os US$ 10 bilhões não estão relacionados ao novos leilões (Andrey Rudakov/Bloomberg)

Shell: presidente da companhia no Brasil, André Araújo, ressaltou que os US$ 10 bilhões não estão relacionados ao novos leilões (Andrey Rudakov/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 14h12.

Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 14h12.

Brasília - O presidente-executivo da Shell, Ben Van Beurden, confirmou nesta quinta-feira, 10, após reunião com o presidente Michel Temer, que a companhia planeja investir US$ 10 bilhões no Brasil nos próximos quatro anos.

"Acreditamos desde cedo na economia brasileira e até agora não nos desapontamos, mas estaremos olhando com atenção a estabilidade fiscal", disse.

Segundo ele, prioritariamente esses investimentos serão para projetos com a Petrobras e o pré-sal, incluindo os projetos da petroleira britânica BG (adquirida pela Shell) e no Campo de Libra. "Ao mesmo tempo, estaremos olhando oportunidades como os leilões do ano que vem", comentou.

O presidente da companhia no Brasil, André Araújo, ressaltou que os US$ 10 bilhões não estão relacionados ao novos leilões e os investimentos fazem parte do portfólio que já existe na companhia. "Discussões sobre participação em leilões virão quando as condições dos leilões forem conhecidas", afirmou.

Beurden disse ainda que a reunião com Temer e com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e de Minas e Energia, Fernando Bezerra, foi muito boa. Ele lembrou sua visita em setembro a Temer e disse que já havia avisado na ocasião que traria um grupo de investidores "para mostrar confiança na economia brasileira".

O executivo disse ainda que foi "muito importante ouvir tudo que já foi feito pelo governo" e que Temer demonstrou um "senso de urgência" em sua administração. "Ficou claro que o investimento estrangeiro é fundamental para alavancar a economia."

Caminho certo

O presidente mundial da Shell, Ben Van Beurden, comemorou a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que acaba com a exclusividade da Petrobras na operação dos campos do pré-sal.

Segundo o executivo, a decisão "abre um novo mercado" para investidores de fora. "Esse é o movimento certo para se fazer, vai abrir novas oportunidades para que novos players venham ao mercado brasileiro e integrem esse mercado, abrindo novas posições, inclusive de emprego no País."

Após reunião no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer, Beurden disse que, apesar de a companhia já ter "bastante exposição do Brasil" no portfólio, "ainda há espaço para mais." A empresa anunciou investimentos de US$ 10 bilhões para os próximos quatro anos, em áreas onde já atua.

"Nós não queremos ser apenas parceiros estratégicos da Petrobras como operadora. Nós queremos também operar no Brasil, tendo a Petrobras como nossos parceiro estratégico", comentou o executivo, em encontro com jornalistas. "Nós vamos olhar com interesse renovado as novas oportunidades que vão surgir desse novo marco regulatório."

A velocidade e o tamanho de novos investimentos, no entanto, vai depender da estabilidade do País, comentou Beurden. "Ao mesmo tempo em que isso torna o mercado mais atraente para nós enquanto operadores, as estabilidades fiscal e regulatória serão aspectos críticos nas nossas próximas decisões de negócios e investimentos". Mas, segundo o executivo, tudo o que ouviu na reunião com Temer e com os ministros o deixou confiante.

O presidente da Shell no Brasil, André Araújo, ressaltou que "mesmo diante do cenário positivo, o grupo Shell tem um teto de investimento" e que por isso as oportunidades "precisam ser muito bem apresentadas" para convencer o grupo a continuar seus investimentos no País.

Trump

Ben Van Beurden, disse nesta quinta-feira que ainda é muito cedo para avaliar as eventuais consequências da futura administração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. "Estaremos acompanhando com atenção politicas energéticas da administração Trump", afirmou, em entrevista no Palácio do Planalto, após reunião com o presidente Michel Temer. "Mas é prematuro avaliar o que essa nova administração pode trazer", disse.

Beurden afirmou ainda como qualquer grande país os Estados Unidos são importante para o portfólio da empresa e desejou sucesso ao presidente eleito.

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