Príncipe Charles, em abertura da COP26, em Glasgow (Yves Herman - WPA Pool/Getty Images)
O Príncipe Charles foi um dos primeiros a discursar em Glasgow, na abertura da COP26. Ele ressaltou que a saúde do planeta vai ditar a saúde e prosperidade das próximas gerações, inclusive de gerações que ainda nem nasceram. E falou que os governos precisam agir junto com o setor privado para combater as mudanças climáticas.
“Eu tento escutar, mais do que falar. E ao longo dos últimos meses escutei vários governantes, alguns deles preocupados com o fato que o aquecimento global pode acabar som seus países. Escutei muitos jovens, preocupados com o seu futuro. E também escutei muitos líderes empresariais e representantes do setor privado”, disse o Príncipe de Gales.
“Precisaremos de trilhões de dólares ao ano, por vários anos, para criar a infraestrutura necessária para salvar nossas florestas, oceanos e animais. E nenhum governo do mundo tem esses recursos. É por isso que precisamos de uma aliança entre governos e entidades privadas”, explicou o príncipe.
Durante suas conversas com o setor privado, o príncipe Charles percebeu que o setor privado quer investir em projetos e tecnologias que viabilizem a transição para uma economia de baixo carbono. E como os governos podem ajudar a destravar esses investimentos?
De acordo com o príncipe de Gales, os governos precisam dar sinais claros de seus compromissos de longo prazo, para que as empresas consigam atrair investidores para novos projetos. A boa comunicação entre governos e empresas também ajudaria o setor privado a investir em setores definidos como prioritários pelos governos. Segundo o príncipe, é também preciso alinhar os incentivos, e colocar um preço sobre a emissão de carbono é uma forma de fazer isso.
“Precisamos colocar a economia global em uma trajetória de recuperação verde, que vai salvar o planeta”. disse o ´príncipe. “A COP26 é a última chance de fazer com que palavras virem ações concretas, e o futuro da humanidade e da natureza depende dessas ações. Não é sobre o quão longe já chegamos, mas o quão longe temos que chegar”, concluiu o príncipe de Gales.