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Sete Brasil pedirá financiamento para mais 20 sondas

Companhia deverá voltar ao BNDES para financiamento de mais sondas, além das nove cujos empréstimos foram aprovados hoje


	Plataforma de petróleo: expectativa é que as condições aprovadas para o primeiro lote de noves sondas sejam estendidas aos próximos dois, com entrega prevista até 2020
 (Rich Press/Bloomberg)

Plataforma de petróleo: expectativa é que as condições aprovadas para o primeiro lote de noves sondas sejam estendidas aos próximos dois, com entrega prevista até 2020 (Rich Press/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 17h53.

Rio - A Sete Brasil anunciou nesta quinta-feira, 16, que voltará nos próximos anos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para buscar financiamento para mais 20 sondas de perfuração do pré-sal, além das nove cujos empréstimos foram aprovados hoje pela instituição financeira.

De acordo com o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, a expectativa é que as condições aprovadas para o primeiro lote de noves sondas sejam estendidas aos próximos dois, com entrega prevista até 2020. "Temos intenção firme. Serão as condições de hoje, só não estou contratando agora", disse.

A Sete também afirmou ter fechado financiamento de US$ 215 milhões com a agência de crédito à exportação da Grã-Bretanha. Parte (US$ 1,7 bilhão) dos recursos necessários para o primeiro lote de nove sondas (US$ 5,6 bilhões ao todo) ainda está pendente, mas Ferraz diz ter a expectativa de concluir negociações até o fim do mês.

Ele disse que a construção das sondas está dentro do cronograma e que não haverá atraso nas entregas. O cumprimento de prazo é importante para que a Petrobras não atrase a exploração do pré-sal. O BNDES anunciou nesta quinta-feira apoio financeiro no total de R$ 10 bilhões para a Sete Brasil.

O suporte será feito de duas formas: via financiamento do banco, no valor de R$ 8,8 bilhões, e de uma participação da BNDES Participações S.A. (BNDESPar) na companhia, por meio de sinal verde para a subscrição de ações de R$ 1,2 bilhões de debêntures conversíveis.

A entrada do BNDES já era esperada desde a criação da Sete Brasil, há três anos. A empresa foi uma forma encontrada para construir as sondas no Brasil (são as primeiras para águas ultraprofundas a serem feitas no País) sem estourar os limites de endividamento da Petrobras. As sondas serão propriedade da Sete, que depois as afretará para a estatal.


Os próximos recursos do BNDES viriam na forma de financiamento, e não de participação acionária. A Sete Brasil entrou em 2012 com carta de enquadramento (aprovação) para 21 sondas. Na época, os recursos pleiteados na instituição eram estimados em US$ 12,5 bilhões. Em 2013, o valor ventilado foi reduzido a US$ 9 bilhões.

Os recursos anunciados nesta quinta pelo banco como financiamento equivalem a US$ 3,7 bilhões, referente a apenas nove das 28 sondas. Ferraz disse que não houve mudança de planos com o BNDES. O presidente da Sete Brasil afirmou que o escalonamento dos financiamentos será feito para que a empresa não pague juros desnecessariamente ao banco de fomento por recursos que só serão usados no futuro.

Serão três lotes de sondas. O primeiro contempla nove previstas para ficarem prontas entre 2015 e 2016. O segundo, de 12, está previsto para ser entregue entre 2017 e 2018. O último, com oito, tem previsão para 2019 e 2020. "Vamos deixar para contratar financiamento mais adiante para as sondas que vão ser construídas por último. Caso contrário, pagaríamos anos de juros sem necessidade", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

A Sete Brasil tinha previsão de fazer, inicialmente, 30 sondas - 28 para a Petrobras e duas extras. Hoje, o portfólio conta com 29 sondas, com custo estimado em US$ 25 bilhões. Esse montante é dividido em 25% de equity (capital de investidores, US$ 6,25 bilhões) e 75% de financiamentos (dívida, US$ 18,75 bilhões). Ferraz disse que a parte de equity, com a entrada anunciada hoje do BNDESPar, está resolvida para praticamente todas as 29 sondas.

A Sete contratou US$ 4 bilhões em empréstimos pontes com dez instituições financeiras, enquanto não fechava o financiamento de longo prazo com o BNDES. Os recursos do banco de fomento serão usados para quitar os empréstimos. Ferraz disse que, por serem financiamentos de prazo mais curto, os empréstimos-ponte apresentavam menos risco para investidores e, portanto, tinham taxas consideradas competitivas.

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