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Sete Brasil afirma que Lava Jato ‘prejudicou’ financiamentos

A Sete Brasil avalia que a deflagração da operação e o envolvimento de ex-diretor "prejudicaram a obtenção dos financiamentos de longo prazo"


	Agentes da Polícia Federal durante Operação Lava Jato, em São Paulo
 (Nacho Doce/Reuters)

Agentes da Polícia Federal durante Operação Lava Jato, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2015 às 19h44.

São Paulo - A Sete Brasil avalia que a deflagração da Operação Lava Jato e o envolvimento do ex-diretor de Operações da Companhia Pedro José Barusco Filho, confirmado em depoimentos prestados no âmbito do acordo de colaboração premiada, em novembro de 2014, "prejudicaram a obtenção dos financiamentos de longo prazo pela Sete Brasil".

Barusco foi também gerente de Engenharia da Diretoria de Serviços da Petrobras. Braço direito do ex-diretor de Serviços Renato Duque, ele confessou, em delação premiada, que recebeu US$ 97 milhões em propinas na Suíça - parte desse valor já foi repatriado e está depositado em conta judicial da Lava Jato.

A Sete Brasil foi constituída com diversos investidores, entre eles a Petrobras e com recursos provenientes de fundos de pensão da Petros, Previ e Funcef, Valia. Também tem por sócios empresas privadas e instituições financeiras, como os bancos Santander, Bradesco e o BTG Pactual. Em 2011, a Sete Brasil venceu licitação da Petrobras para a operação de 21 sondas do pré-sal.

Nesta sexta feira, 27, a força tarefa da Lava Jato prendeu o lobista Guilherme Esteves de Jesus, sob suspeita de ter pago US$ 8,2 milhões em propinas em nome do Estaleiro Jurong - de um dos maiores grupos do setor no mundo - por seis contratos para construção de sondas de exploração do pré-sal feitos com a empresa Sete Brasil.

Pelo menos US$ 1,7 milhão teriam sido pagos para dois executivos da empresa brasileira, João Ferraz e Eduardo Musa. Em nota, a Sete Brasil argumentou que já tomou a iniciativa de abrir um processo de auditoria. A investigação remontou aos tempos de criação da empresa, em 2010, e não identificou irregularidades em nenhum dos contratos que firmou.

"Com o objetivo de apurar eventuais irregularidades ocorridas nos processos envolvendo estaleiros, operadores e fornecedores, visando não somente dar transparência aos processos da companhia, como também fornecer legitimidade a todos os investidores e financiadores do projeto, a Diretoria Executiva determinou, antes de qualquer solicitação de terceiros, o início de um processo de auditoria e investigação sobre todos os documentos e contratos relacionados ao projeto sondas desde a criação da Sete Brasil, em dezembro de 2010?, destaca a Sete Brasil.

Segundo a Sete Brasil, "os resultados das investigações levaram a administração da Companhia a concluir que todos seus contratos vigentes foram pactuados observando os termos e condições usualmente praticados pelo mercado neste tipo de operação".

"Não foi apontado, até então, qualquer violação às leis que regulamentam tais contratos", afirma a Sete Brasil.

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