Negócios

Sergio Marchionne, ex-presidente da Fiat Chrysler, morre aos 66 anos

A saúde do homem que liderou a Fiat por 14 anos se deteriorou acentuadamente após uma cirurgia no ombro

Sergio Marchionne, ex-presidente da Fiat Chrysler: ele revolucionou a Fiat (Alexandre Battibugli/Exame)

Sergio Marchionne, ex-presidente da Fiat Chrysler: ele revolucionou a Fiat (Alexandre Battibugli/Exame)

Diogo Max

Diogo Max

Publicado em 25 de julho de 2018 às 07h27.

Última atualização em 25 de julho de 2018 às 09h21.

São Paulo - Sergio Marchionne, ex-presidente da Fiat Chrysler, morreu na Suíça aos 66 anos, de acordo com informações publicadas pela imprensa italiana. Ele estava em coma irreversível, em um hospital na cidade de Zurique, após fazer uma cirurgia no ombro direito.

As condições de saúde do homem que revolucionou a Fiat pareciam normais após a intervenção cirúrgica realizada no final de junho. Mas, de acordo com informações publicadas pelo jornal La Repubblica, houve uma complicação "pos-operatória" 10 dias atrás. O quadro agravou-se e, na sexta-feira passada, os médicos decretaram que o coma era irreversível.

Marchionne deixa dois filhos e uma esposa.

Após a divulgação da sua morte, as ações da Fiat operam em baixa de 4,5%, a 15,81 euros. 

O ex-CEO da Fiat era conhecido por uma rotina de trabalho insana. Ele foi escolhido para o cargo em 2004, inicialmente para um período de dois anos. Nesse período, conseguiu dar uma guinada financeira: a Fiat reverteu um prejuízo de 6 bilhões de euros em 2003 em lucro em 2005.

Foi o suficiente para ele ficar, e começar a acumular cargos e responsabilidades. Marchionne passou a comandar a CNH, empresa do grupo Agnelli (o controlador da Fiat) que fabrica ônibus e tratores. Em 2014, a Fiat completou a compra da montadora americana Chrysler, e adivinha quem assumiu a presidência. O superexecutivo também passou a comandar, nos últimos anos, as duas marcas de luxo do conglomerado, a Ferrari e a Maserati.

Para dar conta de tantas responsabilidades, Marchionne se valia de um histórico diverso. Estudou filosofia, economia e direito. E fez longa carreira como auditor e executivo de finanças. É conhecido como um executivo que não tem medo de tomar decisões difíceis, e como um trabalhador inveterado.

Substituí-lo vai ser uma tarefa para quatro pessoas. Manley, que coordenava a Jeep, uma das mais promissoras marcas da empresa, vai ser o novo CEO da Fiat Chrysler. Louis Camilleri, presidente do conselho de administração da Philip Morris, será o novo presidente da Ferrari. Suzanne Haywood, então diretora da holding EXOR, da família Agnelli, assumirá a CNH. John Elkann, herdeiro da família, substituirá Marchionne em outros cargos, como presidente do conselho de administração da Ferrari.

Acompanhe tudo sobre:CEOsChryslerFiatMortes

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades