Negócios

Sentimento de culpa ajuda a formar bons gestores

Estudo indica que, quanto mais propenso à culpa, mais responsável e mais empenhado é o profissional

Pessoas culpadas têm um maior senso de responsabilidade, segundo pesquisa (Stock.Xchng)

Pessoas culpadas têm um maior senso de responsabilidade, segundo pesquisa (Stock.Xchng)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2011 às 16h38.

São Paulo – Apesar de quase sempre ser relacionada a sentimentos ruins, a culpa pode render bons frutos nos negócios. Pelo menos é isso que indica uma pesquisa feita na escola de negócios da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Divulgada recentemente pela Harvard Business Review, ela mostra que as pessoas mais propensas ao sentimento de culpa são, em geral, vistas como melhores gestoras e rendem mais no trabalho que as outras.

O estudo foi feito com mais de 150 trabalhadores da área de finanças de uma empresa da Fortune 500, que leram uma série de situações em que deveriam dizer como se sentiriam, caso fizessem algo de errado, como despejar vinho no carpete da casa de um amigo. Depois das respostas, os autores relacionaram o resultado às performances dos profissionais na empresa e perceberam que a palavra “culpa” era entendida por eles como a sensação de ter falhado em algum ponto, de ter feito algo errado e até de não ter feito o que era preciso.

Partindo daí, os estudiosos perceberam que a propensão à culpa está fortemente ligada à noção de responsabilidade, o que faz com que as pessoas se façam cobranças e se sintam culpadas com mais intensidade. Em geral, elas também trabalham mais duro e se dedicam bem mais ao trabalho que aquelas que não possuem esse tipo de preocupação. Esse comprometimento com o trabalho e a empresa faz com que pessoas propensas à culpa aceitem demissões com mais facilidade e, ao mesmo tempo, tenham mais coragem de demitir um funcionário em nome do “dever cumprido” em relação ao empregador.

O reconhecimento também vem da culpa. Segundo uma pesquisa complementar feita com 200 estudantes do curso de MBA da Stanford, os profissionais mais “culpados” são vistos como os melhores líderes pelos colegas de trabalho, uma vez que se destacam por seu senso de responsabilidade exacerbado. Mas os estudiosos chamam a atenção para o fato de que provocar a culpa nos funcionários para conseguir melhores resultados e líderes mais empenhados pode ser uma faca de dois gumes. Apesar da eficácia da culpa sobre o trabalho de algumas pessoas, induzir esse sentimento pode gerar ressentimento, caso o profissional perceba.

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