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Senado dos EUA pede investigação sobre aquisições da JBS no país

Parlamentares americanos alegam que durante os anos dessas compras, a empresa se viu envolvida numa ampla rede de atividades ilícitas

JBS: empresa pode ter aquisições nos EUA investigadas pelo Senado americano (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: empresa pode ter aquisições nos EUA investigadas pelo Senado americano (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 19h52.

São Paulo — Senadores dos Estados Unidos pediram nesta terça-feira (8) a abertura de investigação sobre aquisições feitas pela JBS no país, devido ao envolvimento da companhia brasileira com casos de corrupção no Brasil e na Venezuela.

Em carta, os senadores Marco Rubio e Robert Menendez pedem que o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês) revise a compra de companhias do país pela JBS, incluindo Swift, Smithfied Foods, Pilgrim's Pride e o braço de suínos da Cargill no país, entre 2007 e 2015.

"Essas aquisições têm sérias implicações para a segurança, proteção e resiliência do nosso sistema de alimentação", afirmam os senadores da carta.

Os parlamentares alegam que durante os anos dessas compras nos EUA, a JBS se viu envolvida numa ampla rede de atividades ilícitas, citando o caso em que a controladora J&F, em 2017, fez acordo para pagar 3,2 bilhões de dólares por envolvimento num escândalo de corrupção no Brasil.

"Tememos que a JBS tenha usado o financiamento ilegal que recebeu do BNDES, que somou mais de 1,3 bilhão de dólares, para comprar empresas americanas", acrescenta a carta.

Os senadores alertam ainda que a JBS se envolveu com parceiros suspeitos, incluindo com a entidade venezuelana Corpovex, e que os irmãos Wesley e Joesley Batista, da família controladora da J&F, tiveram ligação pessoal com Diosdado Cabello, oficial do governo de Nicolás Maduro.

Por fim, os senadores ainda referem-se à crescente busca da JBS por recursos de entidades ligadas ao governo chinês para defender maior escrutínio da CFIUS sobre a empresa.

A Reuters procurou um representante da JBS, mas não teve uma resposta imediata.

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