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Sem IPO à vista, Uber permite que funcionários vendam ações

Quem trabalha na empresa de São Francisco há pelo menos quatro anos pode vender até 10% de suas ações, disseram fontes

Uber: o programa tem um incentivo embutido para convencer os funcionários a permanecerem na empresa (Reuters)

Uber: o programa tem um incentivo embutido para convencer os funcionários a permanecerem na empresa (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 16h03.

São Francisco - Muitos funcionários de longa data do Uber são multimilionários, pelo menos no papel. Mas sem uma oferta pública inicial à vista, e com uma política estrita que bloqueia a maior parte das vendas de ações privadas, eles estão no limbo.

Apesar disso, existe uma opção pouco conhecida disponível para os funcionários fiéis ao Uber que quiserem ganhar dinheiro.

Quem trabalha na empresa de São Francisco há pelo menos quatro anos pode vender até 10 por cento de suas ações, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. O programa tem um incentivo embutido para convencer os funcionários a permanecerem.

O vendedor é pago ao longo de vários meses e precisa permanecer no Uber durante o período, disseram as pessoas, que pediram anonimato por não estarem autorizadas a discutir o programa publicamente.

O plano formal, em vigor há alguns anos, mas nunca antes tornado público, limita as recompras a muito menos que US$ 10 milhões por funcionário, disse uma das pessoas.

Menos de 200 dos cerca de 10.000 empregados do Uber atualmente estão aptos para o programa, disse a pessoa. Um porta-voz do Uber preferiu não comentar o assunto.

Embora sejam bem remunerados segundo qualquer padrão racional, funcionários de startups normalmente têm salários menores em comparação com o que poderiam receber no Facebook ou no Google.

Eles entram sabendo que uma fatia de seu salário está ligada à sorte de seu empregador e pode perder o valor. O que muitos trabalhadores não negociaram é o tempo que precisariam esperar para descobrir o que vai acontecer.

Com a exceção do Snap e de outras poucas firmas, as empresas de tecnologia estão esperando muito mais do que antes para abrir o capital, e os amplos recursos disponíveis de investidores privados em condições generosas transformaram as fusões em uma opção menos atraente.

Como resultado, as saídas foram reduzidas quase pela metade em relação à alta do fim de 2015, segundo o Bloomberg U.S. Startups Barometer, um índice que monitora os mercados privados.

Quando Emil Michael, vice-presidente sênior de negócios do Uber, subir ao palco em uma conferência do Goldman Sachs, na quarta-feira, não espere que ele fale sobre um tópico que está na cabeça de muitos funcionários: quando exatamente a empresa abrirá seu capital.

A gigante do ramo de transporte compartilhado captou mais de US$ 17 bilhões em dinheiro e dívidas desde sua fundação, em 2009. E tinha mais de US$ 11 bilhões em seu balanço em junho, na última vez em que revelou a quantia.

Mas a companhia vem investindo agressivamente desde então, apesar de ter deixado sua mina de dinheiro na China para o aplicativo local Didi Chuxing.

O Airbnb e o Pinterest foram fundados mais ou menos na mesma época do Uber, atingiram avaliações de mais de US$ 10 bilhões e ainda continuam tendo capital fechado.

Mas as duas companhias permitiram em algumas oportunidades que seus funcionários vendessem ações a compradores interessados e até facilitaram algumas dessas transações.

Já o Uber, startup de tecnologia mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 69 bilhões, tem sido mais restritivo em relação a quem pode comprar suas ações.

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