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Sem antenas, mas com wi-fi: esta startup chilena quer ser a "Netflix" da TV aberta

A Zapping tem parcerias exclusivas com Globo, Record, RedeTV!, SBT, Disney-ESPN e Warner Bros

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 20 de novembro de 2024 às 09h00.

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A chilena Zapping, plataforma de streaming de TV que elimina a necessidade de cabos e antenas, quer adentrar de vez o mercado brasileiro.

Após consolidar sua presença em países como Chile, Peru e Equador, a startup trouxe seu cofundador e CEO, Gustavo Morandé, para São Paulo, onde liderará a expansão local. A meta: alcançar 150 mil assinantes no Brasil até 2025.

A proposta da Zapping nasceu de uma frustração pessoal dos fundadores com os serviços de TV paga tradicionais no Chile. Por lá, 94% das residências possuem pelo menos uma televisão.

“Queríamos uma solução que eliminasse o intermediário e permitisse às pessoas assistirem TV de forma mais simples, com total liberdade”, diz Morandé.

Eles não eram os únicos: a startup conseguiu capturar a atenção de um público frustrado com os altos custos e contratos rígidos das TVs a cabo.

Parcerias estratégicas com grandes emissoras locais, como Mega, TVN e Chilevisión, garantiram à plataforma um catálogo atraente para os consumo do país. Hoje, dos 300 mil assinantes da Zapping, metade é do Chile.

Atualmente, o serviço conta com 20 mil assinantes no Brasil. Para atingir a meta de 150 mil, a empresa está em busca de investimentos que somam US$ 10 milhões, sendo que a primeira rodada, de US$ 2 milhões via crowdfunding, já foi formalizada.

Por que o Brasil?

O interesse em entrar no mercado brasileiro, segundo o fundador, é estratégico. “O Brasil é um mercado único na América Latina, com desafios técnicos e culturais próprios, mas acreditamos que podemos crescer rapidamente”, afirma.

O fundador destaca que o tamanho da população e o número de assinantes de TV paga em busca de alternativas mais acessíveis tornam o Brasil um grande alvo para a Zapping.

Em 2023, o número de domicílios brasileiros com televisão era de 94,3%. A informação é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).

Mas, o estudo realizado pelo IBGE também indica que a TV fechada nunca pegou por aqui.Somente 25,2% dos domicílios com televisão têm acesso a serviços de TV por assinatura, cerca de 18,6 milhões de endereços.

Para efeitos de comparação, um em cada três lares (33,9%) tinham o serviço em 2016. Em 2022, o número já era 27,7%. O principal motivo para não assinar se manteve o mesmo ao longo dos anos: o alto custo.

Por aqui, as principais operadoras do País têm assinaturas entre R$ 59,90 a R$ 149,90, a depender do pacote. A Zapping oferece pacotes a partir de R$ 14,90.

O que é a Zapping?

Lançada oficialmente no Brasil em 2023, a Zapping se posiciona como uma alternativa à TV paga tradicional.

A plataforma oferece mais de 100 canais, incluindo parcerias exclusivas com Globo, Simba Content (Record, RedeTV! e SBT), Disney-ESPN e Warner Bros. Discovery.

Tudo que os usuários precisam é de uma conexão com a internet para acessar o conteúdo em dispositivos como Smart TVs, notebooks e smartphones.

Os pacotes são de R$ 14,90, R$ 19,90 e R$ 89,90 por mês. O mais caro dá acesso a mais de 100 canais. Também é possível combinar os planos mais baratos com "pacotes adicionais" de canais como Premiere e Telecine, que variam de R$ 29,90 a R$ 59,90 por mês.

Apesar de também ser uma plataforma de streaming, a Zapping não quer competir com a Netflix. Para Morandé, a plataforma chilena é mais voltada para o consumo de canais ao vivo, como notícias ou esportes, enquanto os concorrentes focam em conteúdo sob demanda, como filmes e séries​. "90% dos assinantes da Zapping assinam Netflix também", diz.

Projeções para o futuro

Para atingir a meta de 150 mil assinantes, 70% do potencial investimento de US$ 10 milhões será destinado ao Brasil. A empresa pretende intensificar ações de marketing e ampliar o time de vendas em 2025.

O plano de crescimento também inclui parcerias com provedores de internet (ISPs) para integrar sua plataforma aos serviços dessas empresas. Segundo Morandé, tal movimentação é essencial para aumentar a presença da marca e facilitar o acesso ao serviço pelos usuários brasileiros.

A startup vê no Brasil uma oportunidade única de replicar o sucesso que teve no Chile, mas em escala muito maior. “Nosso objetivo é ser a escolha mais óbvia para quem quer assistir TV de forma moderna e sem complicações”, afirma Morandé.

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