Negócios

6 marcas são investigadas por exploração de mão de obra escrava

Segundo a procuradora Fabíola Zani, os auditores encontraram etiquetas das marcas Ecko, Gregory, Tyrol, Billabong, Brooksfield e Cobra d'Água em ambientes de trabalho irregulares

Loja da Zara (Getty Images)

Loja da Zara (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2011 às 09h35.

São Paulo - O Ministério Público do Trabalho de Campinas investiga seis marcas que teriam comprado peças de roupa de empresas que utilizam mão de obra em regime análogo à escravidão, após uma operação ter resultado na punição da grife espanhola Zara.

Segundo a procuradora Fabíola Zani, foram encontradas etiquetas de várias marcas durante uma série de auditorias realizadas em fábricas de Americana (SP) que resultaram na libertação de 52 pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

De acordo com Fabíola, citada em reportagem do portal "G1", os auditores encontraram etiquetas das marcas Ecko, Gregory, Tyrol, Billabong, Brooksfield e Cobra d'Água.

No entanto, a procuradora acrescentou que 50% da produção encontrada durante as operações era destinada à Zara.

"Vamos chamar todas as marcas que tiveram etiquetas encontradas para que ajustem a conduta de toda a cadeia produtiva, para que não se encontre trabalho degradante", explicou.

Fabíola revelou que os auditores encontraram espaços improvisados, que serviam também como residência, com alto risco de incêndio, instalações elétricas sem segurança, além de botijões de gás instalados dentro dos quartos e banheiros coletivos.

O responsável pelo desenvolvimento dos produtos da Brooksfield, Bruno Minelli, negou que a grife disponha de fornecedores no município de Americana e declarou não ter recebido nenhuma notificação do Ministério Público, acrescentando que a marca enfrenta constantes casos de falsificação de suas peças.

Por outro lado, reconheceu que a Brooksfield não dispõe de fabricação própria e que se abastece com cerca de 30 "fornecedores tradicionais".

A Gregory adotou uma linha similar e afirmou que apesar de não produzir nenhuma de suas peças, não conta com fornecedores em Americana.

O anúncio da investigação foi feito um dia depois que fontes oficiais confirmaram à Agência Efe que o Ministério do Trabalho emitiu 52 autos de infração contra a Zara após inspecionar várias fábricas de São Paulo que vendem peças a uma fornecedora da marca espanhola.

Acompanhe tudo sobre:ComércioCrimeEmpresasEmpresas espanholasFast fashionIndústria de roupasJustiçaZara

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação