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Segunda capitalização da Petrobras não pode ser descartada, diz analista

Investimentos da estatal também podem incentivar fornecedores a abrir o capital

Plataforma da Petrobras: Os chineses devem investir mais na empresa, segundo analista (.)

Plataforma da Petrobras: Os chineses devem investir mais na empresa, segundo analista (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - Nesta terça-feira (22/6), a capitalização da Petrobras deverá ser analisada pelos seus acionistas em assembleia geral. A operação é necessária para completar os recursos que a estatal necessitará para cumprir o seu ambicioso programa de investimentos - 224 bilhões de dólares até 2014. Trata-se do maior plano de investimentos em curso por uma petroleira em todo o mundo. Mas, independente do resultado da reunião de hoje, o porte dos empreendimentos da Petrobras já leva alguns analistas a prever uma segunda capitalização. "A companhia vai precisar de novos financiamentos ao longo do pré-sal", afirma Marco Antonio Ozeki Saravalle, analista da corretora Coinvalores.

As ações da Petrobras são as mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Suas ADRs (American Depositary Receipts) também estão entre as mais procuradas em Nova York. Toda essa liquidez, e as perspectivas de expansão de sua produção, levam Saravalle também a esperar um aumento de investidores que, hoje, ainda não têm uma participação expressiva como detentores desses papéis. No caso mais específico, os chineses. "O investidor chinês vai participar mais do financiamento da companhia", diz.

Para ele, a capitalização em curso deverá somar 58 bilhões de dólares - o mesmo valor que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ser necessário captar, durante a teleconferência de ontem com jornalistas. O presidente da estatal afirmou, ainda, que a assembleia não vai debater todos os detalhes da capitalização. Saravalle, da Coinvalores, concorda. O analista aposta que a assembleia aprove o aumento de capital, mas não haverá detalhamento sobre a cessão onerosa de barris de petróleo.

Menor risco

O plano anunciado ontem enfatiza os investimentos em projetos no Brasil. Do total, 95% serão aplicados aqui. E a taxa de nacionalização exigida nos projetos será de 67%. Para Saravalle, a decisão é positiva para os fornecedores, e isto também pode repercutir até em novas aberturas de capital de empresas do setor de petróleo e gás. "A carteira da Lupatech duplicou de tamanho", afirmou. "E tem interessados nessas ações (que serão capitalizadas pela Petrobras)", disse.

Os investimentos no exterior diminuíram em relação ao último plano, mas o analista não vê isso como um problema. "Não vejo hoje um ativo de petróleo tão interessante como o pré-sal, e não haverá uma descoberta assim lá fora", disse. Entre as vantagens de investir mais no Brasil e diminuir investimentos no exterior, estão a redução da dependência de derivados no futuro, além da queda do risco cambial.

 

 

 

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