Negócios

Se cuida McDonald's: Burger King do Brasil só cresce e agora visa interior

Rede de fast food abre um novo restaurante a cada três ou quatro dias e já tem mais de 730 unidades.

Sanduíche do Burger King: ação nos EUA vai dar whopper grátis para quem foi demitido (Burger King/Divulgação)

Sanduíche do Burger King: ação nos EUA vai dar whopper grátis para quem foi demitido (Burger King/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 07h51.

Última atualização em 15 de janeiro de 2019 às 07h52.

Os brasileiros estão comendo cada vez mais whoppers.

No Brasil, conhecido em todo o mundo por suas churrascarias, o Burger King abre um novo restaurante a cada três ou quatro dias, segundo Iuri Miranda, o diretor-presidente do BK Brasil, que administra a rede de hamburguerias no país. O ritmo acelerado fez da BK a empresa do setor que mais ampliou seu faturamento em todo o mundo nos últimos anos, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Com 736 restaurantes desde 2011, o ’Rei dos Hambúrgueres’ está desafiando o McDonald’s, atual dono da coroa do fast-food no Brasil. O McDonald’s abriu seu primeiro restaurante no Rio de Janeiro em 1979 e possui 939 estabelecimentos atualmente.

Um jantar em uma churrascaria de ponta pode custar nada menos que R$ 167 por pessoa, sem contar as bebidas. Um whopper, o lanche mais icônico do Burger King, custa apenas R$ 20,90. Isso no momento em que a maior economia da América do Sul busca se recuperar de sua pior recessão em décadas.

“As redes de fast-food foram as únicas que não sofreram durante a crise”, afirma Letícia Menegon, coordenadora do Centro de Desenvolvimento de Empreendedorismo da ESPM-SP. Segundo ela, o segmento vem se beneficiando do surgimento de uma nova classe de consumidores de baixa e média renda, que adquiriu o hábito de comer em restaurantes e passou a destinar uma maior fatia de seu orçamento com alimentação fora de casa. “As pessoas estão mudando seus hábitos alimentares”, acrescentou.

Considerando que apenas 10 por cento dos restaurantes do Brasil são operados por redes, contra 60 por cento nos EUA, há espaço de sobra para a BK Brasil continuar crescendo, segundo Miranda. A empresa tem buscado abrir novas lojas em cidades menores e no interior do Brasil, como Campo Mourão, município de 94 mil habitantes no estado do Paraná que produz soja e milho.

“A gente não vê por que, no médio prazo, reduzir esse ritmo”, afirmou o executivo em entrevista na redação da Bloomberg em São Paulo. “A gente continua vendo crescimento de mercado”.

A BK Brasil é uma franqueada da Restaurant Brands International, empresa criada em 2014, quando o Burger King Worldwide Inc. comprou a rede canadense de cafeterias Tim Hortons Inc. A companhia é controlada pelos brasileiros da gestora 3G capital, cujos fundadores incluem o bilionário Jorge Paulo Lemann. A Restaurant Brands possui uma fatia indireta na BK Brasil.

Fundado em 1954, o Burger King é a segunda maior rede de hamburguerias do mundo.

No ano passado, a BK Brasil fechou acordo com o Popeyes pelo direito exclusivo de desenvolver e operar a marca de frango frito no Brasil. A BK Brasil planeja abrir 300 restaurantes Popeyes na próxima década. As ações da BK Brasil, que levantou cerca de R$ 2 bilhões em uma oferta pública inicial em São Paulo há um ano, subiram 16,7 por cento desde então.

Acompanhe tudo sobre:Burger KingFast foodMcDonald's

Mais de Negócios

Ele viu o escritório afundar nas enchentes do RS. Mas aposta em IA para sair dessa — e crescer

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica