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Scotia prevê grandes aquisições em petróleo e apetite da Ásia

Unidade de fusões e aquisições do 3º maior banco canadense acredita em aumento dos US$ 16 bi negociados do setor na América Latina em 2010

Posto da Sinopec: chinesa deve continuar apetite por aquisições na América Latina em 2011 (China Photos/Getty Images)

Posto da Sinopec: chinesa deve continuar apetite por aquisições na América Latina em 2011 (China Photos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 08h37.

Rio de Janeiro - A Scotia Waterous, a unidade de fusões e aquisições do terceiro maior banco canadense, disse que vê “grandes” transações no setor de petróleo no Brasil este ano após trabalhar em negócios no valor de US$ 16 bilhões na América Latina em 2010.

“Definitivamente há potencial para vermos transações de vários bilhões de dólares”, disse Randy Crath, diretor-gerente para negócios na América Latina da unidade do Bank of Nova Scotia, em entrevista por telefone. “O Brasil continuará a ser muito importante pelo menos pelos próximos dois anos”, disse.

A BP Plc, segunda maior produtora de petróleo da Europa, e a China Petrochemical Corp. estão entre as companhias interessadas em ativos de petróleo e gás no País, local das duas maiores descobertas de petróleo do ocidente em três décadas. Crath, que trabalhou em mais da metade dags transações em exploração e produção na América Latina no ano passado, no valor de US$ 30 bilhões, disse esperar que companhias procurem parceiros para ajudar a financiar a exploração ou para sair do Brasil por razões estratégicas.

“Tem sido um lugar quente, com certeza”, disse ele do Brasil, onde morou por 4 anos. “O pré-sal em geral e toda a animação com as descobertas e o desenvolvimento que está ocorrendo lá está atraindo muito interesse em todo o mundo.”

No ano passado, o Scotia aconselhou a China Petrochemical, conhecida como Sinopec, na aquisição de 40 por cento da unidade brasileira da Repsol YPF SA por US$ 7,1 bilhões e também na compra da subsidiária argentina da Occidental Petroleum Corp. A equipe de 10 banqueiros de Crath também aconselhou a SK Energy Co. em sua venda de três blocos no Brasil para a Maersk Oil, por US$ 2,4 bilhões.

Interesse chinês

A Sinopec e o Sinochem Group, que no ano passado aceitaram pagar US$ 3 bilhões para a Statoil ASA por 40 por cento do campo marítimo brasileiro Peregrino, provavelmente atuará novamente na América Latina em 2011, assim como outras empresas asiáticas, como a Cnooc Ltd., maior produtora chinesa de petróleo extraído de campos marítimos, e a PTT Exploration & Production Pcl, única companhia de petróleo listada em bolsa da Tailândia, disse Crath. A China National Petroleum Corp., conhecida como CNPC, e a sul-coreana National Oil Corp. também podem se envolver em negócios na região.


“As companhias chinesas estão buscando ativamente por alternativas, elas estão procurando globalmente e a América Latina é um lugar atraente para seus investimentos”, disse Crath, de 48 anos, que morou quase 14 anos na região. “Esperaria ver transações asiáticas na América Latina em 2011”, disse ele de Houston.

A OGX Petróleo & Gás Participações SA, companhia petroleira controlada pelo bilionário Eike Batista, planeja vender uma participação minoritária em seus campos na Bacia de Campos. Eike disse em setembro que a Cnooc e a Sinopec estavam entre as companhias que deveriam fazer ofertas pelos ativos. A OGX, com sede no Rio de Janeiro, disse em 6 de dezembro que continua as negociações de venda neste ano.

Royal Dutch Shell

A Royal Dutch Shell Plc, maior companhia petroleira europeia, está procurando vender sua participação em quatro blocos de exploração marítima no Brasil para obter dinheiro para desenvolvimento, disse a empresa em 19 de agosto. As participações vão desde uma fatia de 20 por cento no bloco BM-S- 8 até 82,5 por cento do BM-ES-28.

Arábia

A camada pré-sal, como é conhecida, compreende campos a 3,2 quilômetros da superfície do oceano e entre 3,2 quilômetros a 6,4 quilômetros abaixo do leito marítimo. Essa região contém ao menos 123 bilhões de barris de petróleo, segundo estudo de Hernani Chaves, que trabalhou para a Petróleo Brasileiro SA por 35 anos.

A previsão, que o estudo coloca como tendo 90 por cento de probabilidade de estar correta, se compara à estimativa de 50 bilhões de barris utilizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis em suas apresentações. A Arábia Saudita, país com as maiores reservas provadas no mundo, tem 265 bilhões de barris, segundo uma análise estatística de 2010 da BP.

Em março, a BP aceitou comprar US$ 7 bilhões em ativos da Devon Energy Corp. no Golfo do México, no Brasil e no Azerbaijão. Michael Daly, vice-presidente-executivo de exploração da BP disse em 1 de fevereiro que espera pela aquisição de ativos marítimos da Devon no Brasil no primeiro semestre.

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