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Schahin muda de nome para se desvincular de Lava Jato

A nova companhia, Base, também trocou seu presidente e diretoria, em uma tentativa de resgatar a confiança do mercado

Grupo Schahin: pediu recuperação judicial em abril de 2015 (Foto/Divulgação)

Grupo Schahin: pediu recuperação judicial em abril de 2015 (Foto/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 2 de junho de 2017 às 12h08.

Última atualização em 2 de junho de 2017 às 14h34.

São Paulo – A Schahin, empresa do setor de óleo e gás, irá mudar seu nome, sede e diretoria para desvencilhar sua imagem da Operação Lava Jato. A sua divisão de engenharia foi acusada de ter pago R$ 200 mil em propina, em 2010, à campanha do PT. 

A nova companhia irá se chamar Base, em uma tentativa de resgatar a confiança do mercado. Ela está em recuperação judicial desde 2015.

A empresa afirmou, em nova, que trocou a diretoria e a presidência em janeiro. O novo presidente é o engenheiro civil Marcos Sarge.

O grupo garante que afastou todos os funcionários, colaboradores e acionistas envolvidos em corrupção e na Operação Lava Jato. A reestruturação ainda engloba um programa de compliance e um novo plano de investimentos.

O ativo mais valioso da companhia é um contrato com a Petrobras de operação do navio-sonda Vitória 10.000.

As transformações na empresa foram planejadas para tentar manter esse contrato, que tem validade até 2020 com possibilidade de se renovar até 2030. Até 2019, a Schahin tem um saldo a receber de cerca de R$ 1,6 bilhão. A operação rende rendendo cerca de R$ 22 milhões por mês, o que garante a continuidade de todo o grupo.

Operação Lava jato

A subsidiária Schahin Engenharia foi citada nas investigações da Lava Jato, que investiga um cartel de corrupção formada a partir de relações com a Petrobras.

Em março de 2015, a estatal suspendeu a contratação da empresa, o que levou o grupo a pedir recuperação judicial no mês seguinte, além de anunciar que deixaria de operar em engenharia e construção para se focar na área de petróleo e gás.

Além de fazer parte do suposto cartel de empreiteiras, o Schahin também é acusado de ter usado o seu banco para pagar propinas – a operação financeira foi vendida para o BMG em 2011.

Recuperação Judicial

O Grupo Schahin pediu recuperação judicial em abril de 2015. Estão incluídas no plano 13 empresas do grupo e as dívidas são estimadas em R$ 6,5 bilhões.  A homologação do plano foi feita apenas em março do ano passado.

A companhia, que surgiu em 1966, ainda tem negócios nas áreas de engenharia, desenvolvimento imobiliário, energia e telecomunicações, mas as áreas mais fortes são de engenharia e óleo e gás.

Esses dois setores se fortaleceram na década de 1980, quando a Petrobras se tornou uma de suas maiores parceiras para a operação de sondas de perfuração de poços de petróleo. O plano de recuperação envolve buscar financiamento de US$ 25 milhões para a continuação da Operação Vitória. Confira o plano aqui.

Um grupo de 13 bancos, incluindo Itaú BBA e Bradesco, não concordam com o plano de recuperação apresentado. Juntos, eles têm R$ 1,5 bilhão a receber do Schahin.

 

Matéria atualizada com o posicionamento da empresa.

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