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Schahin é a nova vítima da crise na Petrobras

Os US$ 651 milhões de títulos da fornecedora de serviços da Petrobras caíram 34% nos últimos dois dias, para 39,19 centavos de dólar


	Plataforma da Schahin: unidade de engenharia da operadora está entre as mais de 20 empresas proibidas de apresentarem ofertas para projetos da Petrobras
 (Schain/Divulgação)

Plataforma da Schahin: unidade de engenharia da operadora está entre as mais de 20 empresas proibidas de apresentarem ofertas para projetos da Petrobras (Schain/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2015 às 18h09.

Rio de Janeiro - A Schahin Oil Gas SA, empresa brasileira fornecedora de serviços de plataformas para a Petrobras, surge como a mais recente vítima do escândalo de corrupção do Brasil.

Os US$ 651 milhões de bonds da Schahin com vencimento em 2022 caíram 34 por cento nos últimos dois dias para uma mínima recorde de 39,19 centavos de dólar, depois que fontes com conhecimento dos planos da empresa disseram que a companhia poderá entrar com pedido de recuperação judicial ainda neste mês se não conseguir garantir um financiamento emergencial.

A queda do preço do petróleo reduziu as taxas de aluguel em todo o mundo para o tipo de sondas de perfuração que a Schahin constrói e arrenda.

A unidade de engenharia da operadora de plataformas está entre as mais de 20 empresas temporariamente proibidas de apresentarem ofertas para projetos da Petrobras porque teria pago propinas para conseguir contratos em um esquema de subornos que dura uma década.

A Schahin, que está desativando cinco plataformas arrendadas para a Petrobras, seria a terceira fornecedora a entrar com pedido de recuperação judicial nos últimos 30 dias.

O motivo é que a crescente investigação sobre os supostos atos de corrupção tem impedido o acesso ao financiamento.

“Este é outro caso de uma empresa altamente dependente da Petrobras que está passando por uma situação de aperto de crédito”, disse Marcelo Lima, gerente de negócios de renda fixa da INTL FCStone Securities Inc., por telefone, de Miami.

“Não há dúvidas de que esta é uma situação pela qual muitas outras estão passando. Vemos muitos vendedores desse tipo de bond no momento”.

A Schahin preferiu não comentar se está buscando financiamento para evitar entrar com pedido de recuperação judicial e sobre as acusações de que sua unidade subornou executivos da Petrobras.

A Petrobras está cumprindo com todos os contratos com Schahin e a suspensão temporária não afetará suas metas de exploração e produção para este ano, disse a empresa em uma resposta por e-mail.

Queda dos bonds

As empresas de construção e engenharia Galvão Engenharia SA e OAS SA entraram com pedido de recuperação judicial no mês passado após enfrentarem dificuldades para pagar os credores.

As empresas negam as acusações de que subornaram executivos da Petrobras em troca de contratos.

Em um comunicado no dia 6 de abril, a Petrobras disse que está trabalhando com a Schahin para encerrar as operações de forma segura e que está analisando as medidas contratuais que pode adotar.

As pessoas com conhecimento dos planos da Schahin pediram para não serem identificadas porque a informação não é pública. O jornal O Estado de S. Paulo foi o primeiro a informar o possível pedido de recuperação judicial da empresa do Rio de Janeiro, na segunda-feira.

Os bonds da Schahin com vencimento em 2022 são garantidos por fluxos relacionados a um acordo de longo prazo de charter e serviços assinado com a Petrobras, maior cliente da operadora de plataformas, para um navio-sonda chamado Sertão.

As notas têm um yield de 23,13 por cento, ou 21,42 pontos porcentuais a mais que os títulos do Tesouro dos EUA.

Se a Schahin entrar com pedido de recuperação judicial, a Petrobras poderá cancelar o contrato, segundo Revisson Bonfim, chefe de análise de mercados emergentes da Sterne Agee Leach Inc.

Ele considera que a Schahin, cuja unidade de petróleo e gás tem cerca de US$ 4,5 bilhões em dívida, poderá estacionar sua frota de perfuração para colocar pressão sobre os bancos com o objetivo de refinanciar as obrigações.

“Para mim, poderiam ser apenas duas coisas; eles estão basicamente dizendo aos bancos, ‘é o seguinte, as coisas vão ficar feias a esse ponto porque nós vamos desativar todos os nossos ativos’”, disse Bonfim.

“A outra possibilidade é que eles não tenham dinheiro suficiente para operar. A holding depende de sua capacidade para conseguir financiamento e se ela não pode conseguir financiamento, não pode enviar dinheiro para entidades como a Schahin Petróleo e Gás para operar as plataformas”.

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