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Scania também suspende produção de caminhões no Brasil por falta de peças

Nesta segunda-feira, a Volvo informou que vai paralisar a maior parte da produção de caminhões na fábrica de Curitiba em razão da falta de peças junto com o agravamento da pandemia no país

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de março de 2021 às 20h34.

Última atualização em 22 de março de 2021 às 22h41.

A Volvo vai paralisar a partir de terça-feira, 23, a maior parte da produção de caminhões na fábrica de Curitiba em razão da falta de peças, principalmente componentes eletrônicos, junto com o agravamento da pandemia no país.

A medida atinge aproximadamente 2.000 funcionários do total de 3.700 que trabalham na fábrica da Volvo na capital paranaense e vai durar até o fim deste mês.

Em nota, a montadora diz que vai manter "boa parte" do efetivo em atividade, incluindo a linha de montagem de ônibus e uma parte da linha de caminhões — que terá a produção reduzida em 70% —, assim como a distribuição de peças a concessionárias.

Também nesta segunda-feira, 22, a Scania informou que, após negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, vai paralisar a produção a partir de sexta-feira, 26, até 5 de abril por causa do agravamento da pandemia. A medida deve atingir a maioria dos 4.000 funcionários da montadora.

A Volkswagen já havia anunciado na sexta-feira a suspensão por 12 dias da produção em suas quatro fábricas no Brasil em razão da crise sanitária. Sindicatos dos metalúrgicos pressionam outras montadoras a adotar a mesma medida.

Na sexta-feira, 19, a Anfavea, entidade que representa os fabricantes de veículos, teve a terceira reunião na semana com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para tratar do assunto. No encontro, foi reforçado pelo sindicato a urgência de paralisar as linhas devido ao quadro de recordes de contaminações e óbitos por covid-19, com baixa disponibilidade de leitos para tratamentos nos hospitais.

A posição da Anfavea é que cada montadora deve discutir individualmente a possibilidade de paralisação espontânea com o sindicato de sua respectiva região, levando em conta a situação sanitária na cidade da fábrica e entorno.

Em São Caetano do Sul, onde a General Motors (GM) tem uma fábrica, o sindicato local reivindica licença remunerada, de 12 dias, aos funcionários a partir desta quarta-feira. A empresa informou hoje, por meio de nota, que desde o ano passado desenvolveu protocolo que garante a segurança na operação das fábricas e o transporte seguro dos funcionários de casa ao trabalho por ônibus fretados, com distanciamento social, limpeza e desinfecção.

Trabalhadores se sentem seguros, diz GM

Segundo a GM, "pesquisas internas mostram que os colaboradores se sentem mais seguros nas fábricas do que nas próprias casas e comunidades". Em razão disso, informa não haver nenhum motivo para alterar a programação de produção neste momento.

A fábrica do grupo em Gravataí, no Rio Grande do Sul, deu férias coletivas aos trabalhadores neste mês e depois os colocará em lay-off (contratos suspensos) em abril e maio, podendo ter efeitos em junho. Já a unidade de São José dos Campos, em São Paulo, opera em um turno de trabalho (metade do pessoal) desde o dia 8. A medida deve durar dois meses. A GM informa que, nesses dois casos o problema é a falta de peças para a produção.

Além da fábrica de São Bernardo do Campo, a Volkswagen vai parar a partir de quarta-feira, até 4 de abril, as linhas de Taubaté e São Carlos, também em São Paulo, e a unidade de São José dos Pinhais, no Paraná. Ao todo, o grupo emprega 15.000 pessoas, mas o pessoal administrativo permanecerá em trabalho remoto.

No sul do Rio de Janeiro, a fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus mantém a produção. A montadora informa que segue acompanhando os desdobramentos da pandemia e continua seguindo rígidos protocolos de segurança, promovendo também campanhas de conscientização de prevenção com funcionários.

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