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Scaleup leva aporte de R$ 7 milhões com tecnologia de aulas curtas e quer ser o “TikTok da educação”

Rodada seed liderada pela associação de investidores-anjo BR Angels aposta num negócio que usa inteligência artificial para distribuir conteúdo didático em vídeos rápidos e de alto engajamento

Frederico Flores e Paulo Henrique Alves, da Scaleup: tecnologia para cortar aulas em pedacinhos e distribuir o conteúdo a quem mais precisa dele naquele momento (Divulgação/Divulgação)

Frederico Flores e Paulo Henrique Alves, da Scaleup: tecnologia para cortar aulas em pedacinhos e distribuir o conteúdo a quem mais precisa dele naquele momento (Divulgação/Divulgação)

LB

Leo Branco

Publicado em 29 de novembro de 2022 às 15h41.

Última atualização em 29 de novembro de 2022 às 18h44.

Um dos influenciadores brasileiros mais populares no tema empreendedorismo (são mais de 330.000 seguidores dele só no Instagram), Frederico Flores é um dos fundadores da Scaleup, uma plataforma para escolas online deixarem seus cursos online com uma cara de vídeo do TikTok

Por ali, escolas podem transformar em vídeos curtos — alguns deles de até 1 minuto — centenas de cursos de temas variados como lições de inglês a dicas de redação para publicidade.

Até agora, mais de 4.000 aulas das escolas que contratam a Scaleup já foram editadas pela ferramenta.

A lógica é repartir o conteúdo em inúmeros pedaços e, com o uso de inteligência artificial, organizar o conteúdo de modo a aumentar a chance de engajamento.

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Como surgiu a ideia da Scaleup

Aberta em 2021, a plataforma anuncia agora a captação de 7 milhões de reais numa rodada seed liderada pela associação de investidores-anjo BR Angels, e acompanhada pelos investidores individuais:

  • Diego Barreto (iFood)
  • Helisson Lemos (Via)
  • Igor Mascarenhas (Pier)
  • Jonathan Martins (Serac)
  • Rafael Bagolin (Jusfy)
  • Heliomar Quaresma (IBE/FGV)

A ideia por trás da Scaleup surgiu quando Flores analisou os dados de engajamento de estudantes de cursos à distância.

A pandemia multiplicou o número de alunos de cursos online. Ao mesmo tempo, as taxas de conclusão desses cursos seguem decepcionantes.

Hoje, menos da metade das pessoas matriculadas em cursos de graduação online chega até o final deles, de acordo com dados do Censo EAD. Em cursos sem diploma, a evasão é ainda maior.

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Quem é Frederico Flores

Flores experimentou o problema na pele. Empreendedor serial, ele foi uma cabeças à frente da Becommerce, uma plataforma de gestão de vendas em marketplaces vendida ao Mercado Livre em 2017. 

No mesmo ano, ele fundou a Hubster, um SaaS para a operação de dark kitchens vendida à CloudKitchens (do fundador do Uber, Travis Kalanick) em 2019.

Em 2020, às vésperas da pandemia, Flores decidiu utilizar a própria experiência para investir num negócio de educação online empreendedora. 

O principal canal de marketing eram as pílulas de conhecimento empreendedor colocadas por ele nas redes sociais.

"O interesse dos alunos foi enorme", diz ele. "Em questão de meses saí do zero para mais de 150.000 seguidores dos meus vídeos." 

O desafio era manter o interesse da turma nos cursos em si, gravados num formato convencional, com aulas de até 1 hora de duração e roteiros elaborados por muitas mãos. "A taxa de conclusão dos cursos era baixíssima", diz ele. 

"Para quem vinha de uma experiência online, de olhar métricas como LTV (lifetime value) e recorrência nas vendas, meu negócio de educação online era um fracasso."

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O que provocou a mudança completa no negócio

A popularidade das pílulas de conhecimento nas redes de Flores, e o ritmo frenético dos vídeos publicados por usuários do TikTok, levaram o empreendedor a pivotar por completo o negócio.

No início, as aulas do curso de empreendedorismo foram cortadas de modo a ficarem mais parecidas com o material das redes sociais de Flores.

"Os alunos assistiam 60 trechos de 1 minuto do nosso conteúdo sem parar, mas não paravam para assistir uma aula de 15 minutos", diz ele.

Em média, o experimento aumentou a taxa de visualização dos vídeos em 6 vezes. 

"Entendi aí que a oportunidade não estava no conteúdo em si, mas em tecnologias para engajar os alunos no estudo", diz ele.

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Ao lado do sócio Paulo Henrique Alves, que acumula experiência pelas equipes de programação do banco Original, da casa de análises Empiricus e da corretora Rico, Flores passou a focar no desenvolvimento de tecnologia para gerar cortes das aulas de forma automática.

Alves, que havia liderado a área de inteligência artificial no Banco Original anos antes, percebeu que poderia selecionar os melhores trechos dos vídeos, a partir das frases ditas pelos professores nas próprias aulas. 

Os dois rapidamente entenderam o tamanho da oportunidade.

Em alguns meses, a dupla desenvolveu um LXP (learning experience platform) que hospeda os cursos on-line das escolas e dá aos alunos a possibilidade de assisti-los em uma versão resumida, com taxas de engajamento e conclusão dos cursos muito maiores. 

Para o aluno, a experiência, 100% no celular, é personalizada. À medida que vai avançando nos cursos e assistindo a mais aulas e vídeos curtos dentro do app, o algoritmo entende o comportamento e passa a recomendar novas aulas e conteúdos relacionados. 

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Qual é o modelo de negócio

A estratégia parece ter dado resultado: em apenas 3 meses após o lançamento da primeira versão, a Scaleup já trouxe nomes de peso para o portfólio de clientes:

  • SM Educação
  • Unimar
  • UniCarioca
  • Fullture
  • IBE (Institute of Business Education)

As escolas parceiras pagam uma anuidade para a Scaleup e oferecem a plataforma sem custos adicionais para seus estudantes. 

Para Flores, as escolas não têm ferramentas capazes de acompanhar a evolução na maneira como as pessoas aprendem. 

“Apenas colocar os cursos na internet não basta", diz ele. "A Scaleup surgiu para resolver esse gap e permitir com que as escolas consigam entregar uma experiência semelhante a uma rede social, dentro de um ambiente fechado."

Os 7 milhões de reais aportados agora serão utilizados para expandir a operação e acelerar o desenvolvimento da tecnologia. 

A expectativa é que a plataforma alcance 300 escolas e mais de 100.000 alunos até o final do ano que vem.

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