Negócios

Santos recorre a financiamento estrangeiro para contratações

Contratação de Leandro Damião ocorreu depois que a Doyen Sports Investments, de Malta, concordou em pagar a totalidade dos € 13 milhões para o Internacional

Leandro Damião comemora gol durante partida com a Seleção Brasileira, em Manchester (Stanley Chou/Getty Images)

Leandro Damião comemora gol durante partida com a Seleção Brasileira, em Manchester (Stanley Chou/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 18h02.

Rio de Janeiro - O Santos, o time brasileiro de futebol por onde passaram Pelé e Neymar, disse que está se beneficiando de um novo financiamento que lhe permitiu contratar jogadores que normalmente seriam muito caros.

A contratação do atacante Leandro Damião, em dezembro, ocorreu depois que a Doyen Sports Investments, com sede em Malta, concordou em pagar a totalidade dos 13 milhões de euros (US$ 18 milhões) de transferência exigidos pelo Internacional de Porto Alegre, disse o Santos. O fundo também emprestou à equipe oito vezes campeã brasileira 1 milhão de euros para trazer um ex-companheiro de Damião no Internacional, o meia Lucas Lima.

Nas duas últimas temporadas, Damião, que atuou 17 vezes pela Seleção Brasileira, vinha sendo ligado na mídia a grandes clubes europeus, principalmente o Tottenham, que joga a Premier League, na Inglaterra.

“Nós pensamos que essa poderia ser uma oportunidade muito boa para nós de trazer um jogador como Damião”, disse André Zanotta, superintendente de Esportes do Santos, em entrevista por telefone. “É um jogador que recebeu recentemente ofertas altas de clubes italianos, de clubes russos e clubes ingleses e que acabou vindo para o Santos porque acreditou no que estamos fazendo”.

Pelé, o único jogador a vencer três Copas do Mundo, jogou mais de 1.000 partidas pelo Santos, que é conhecido por nutrir seu próprio talento. Entre outros jogadores que vieram de suas categorias de base estão Robinho, do AC Milan, e Diego, meia-atacante do Atlético de Madrid, da Espanha. Neste ano, dez jovens jogadores foram promovidos para a equipe principal, disse o gerente das equipes de base, Hugo Luis D’Elia Machado, em entrevista no estádio do clube, a Vila Belmiro, com 16.798 assentos.

Caça de talentos

Contudo, o time paulista também precisa de talento de fora para ajudá-lo no Campeonato Brasileiro, que o clube venceu pela última vez em 2004. Neymar ajudou a equipe a vencer a maior competição de clubes da América do Sul, a Copa Libertadores, pela terceira vez, em 2011.


A Doyen está trazendo um modelo de negócios para o Brasil que é utilizado de forma bem-sucedida na Europa, disse Zanotta. Pelo acordo, o Santos tem que pagar os salários dos jogadores que o fundo ajudou a contratar até janeiro de 2017, quando terá que devolver a totalidade do empréstimo. Se os jogadores forem vendidos antes do fim desse período, o Santos receberá 20 por cento de qualquer lucro e a Doyen, o restante, disse Zanotta.

O CEO da Doyen, Nélio Lucas, disse que não pode comentar casos individuais.

A Uefa, organização que dirige o futebol europeu, pediu ao órgão global que comanda o futebol, a Fifa, que impeça os investidores de comprar os direitos de transferência de jogadores no mercado de transferências de US$ 3,7 bilhões do esporte. A Fifa, com sede em Zurique, que não respondeu a um pedido de comentário enviado por e-mail, disse que ainda está estudando opções. Por enquanto, os fundos têm permissão de manter participações nos direitos dos jogadores, embora não possam forçar a venda de atletas.

‘Controle absoluto’

“Nós temos controle absoluto: o jogador pertence ao Santos e o Santos decide o que acontece com o jogador”, disse Zanotta. “Claro que temos que informar à Doyen se recebermos uma oferta, se a aceitamos ou rejeitamos. Mas o Santos está totalmente no controle da situação”.

A Doyen ajudou o Atlético de Madrid a contratar o atacante Radamel Falcao García do Porto, em 2011, por 40 milhões de euros. Após vencer a Liga Europa, a segunda principal competição do continente, em sua primeira temporada, e a Copa do Rei, na segunda, o colombiano foi vendido para o Monaco, de propriedade de um bilionário, para obtenção de lucro, em 2013.

“É um modelo novo no Brasil, mas está muito bem estabelecido na Espanha, em Portugal e na Itália”, disse Zanotta. “Nosso principal interesse é contar com o benefício esportivo que esses atletas podem trazer para nós. Nós queremos ganhar títulos. A Doyen não pode ganhar títulos, o Santos pode”.

Acompanhe tudo sobre:EsportesFinanciamento de grandes empresasFutebolJogadores de futebolSantos Futebol Clube

Mais de Negócios

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras