Usina Santo Antônio: o pagamento das despesas impediu que os clientes do mercado livre e as distribuidoras de energia ficassem expostos e tivessem de pagar pela energia que não foi entregue (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 09h47.
Brasília - A Santo Antônio Energia pagou, na segunda-feira, 08, todas as suas despesas com energia na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Segundo fontes consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a empresa depositou R$ 860 milhões referentes à compra de energia no mercado de curto prazo em julho, que vencia nesta segunda-feira.
Com o depósito dos recursos, a Santo Antônio Energia terá o processo de desligamento da CCEE interrompido. A empresa permanecerá, no entanto, sob análise da câmara, que vai acompanhar seu comportamento nas próximas liquidações.
O pagamento das despesas de Santo Antônio impediu que os clientes do mercado livre e as distribuidoras de energia, que compram energia da hidrelétrica de Santo Antônio, ficassem expostos e tivessem de pagar pela energia que não foi entregue pela usina.
Com isso, também cai o repasse, às distribuidoras, da parcela do empréstimo intermediado pelo governo com um sindicato de bancos. O valor total da transferência, que seria de R$ 549,5 milhões, será reduzida para algo em torno de R$ 250 milhões - R$ 300 milhões eram referentes à energia que Santo Antônio não produziu.
Ao não produzir a energia prometida aos clientes do mercado livre e distribuidoras, a obrigação da usina é recomprá-la no mercado de curto prazo, o que a Santo Antônio fez ontem. A empresa está em litígio com a Aneel, que analisa se ela tem direito de adiar a entrega de energia às distribuidoras.
A concessionária argumenta que greves atrasaram as obras da usina em 63 dias, e pede que seus contratos passem a valer somente após esse prazo.
O pagamento de ontem só foi realizado porque os sócios da Santo Antônio Energia -Furnas (39%), fundo Caixa FIP Amazônia Energia (20%), Odebrecht Energia (18,6%), SAAG Investimentos, cujo principal acionista é a Andrade Gutierrez, (12,4%), e Cemig (10%) - aceitaram, na sexta-feira, fazer um aporte extra de R$ 860 milhões na empresa para que o compromisso pudesse ser saldado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.