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Santander estuda redução de juros

Na semana passada, o banco anunciou redução de juros em algumas linhas para pequenas empresas

O Santander Brasil respondeu por 27% do resultado global do banco, acima dos países da Europa (25%) e Reino Unido (25%) (Pedro Armestre/AFP)

O Santander Brasil respondeu por 27% do resultado global do banco, acima dos países da Europa (25%) e Reino Unido (25%) (Pedro Armestre/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 12h27.

São Paulo - O Santander estuda redução de juros em linhas de crédito para pessoas físicas e empresas, segundo o presidente do banco, Marcial Portela. "Estamos revisando as nossas taxas." Portela destaca que esse é um processo que está começando agora, em meio a queda dos juros básicos da economia. "Podemos estar no início de uma nova realidade no sistema financeiro brasileiro; muita coisa vai ser revista."

Na semana passada, o banco anunciou redução de juros em algumas linhas para pequenas empresas. Na pessoa física não houve cortes, mas o banco lançou uma nova conta corrente com tarifas e juros diferenciados.

Sobre rumores de que o banco no Brasil estaria sendo vendido para Bradesco ou Banco do Brasil, Portela afirmou que "são absolutamente falsos". O executivo disse que o Santander é comprador.

O Brasil já é o principal mercado para o banco espanhol no mundo. O Santander Brasil respondeu por 27% do resultado global do banco, acima dos países da Europa (25%) e Reino Unido (25%). A participação brasileira era de 25% no primeiro trimestre do ano passado e pode chegar a 30% ou um pouco acima, segundo Portela.

Crescimento

Portela disse que o Santander vai crescer de forma criteriosa no Brasil. "A atividade comercial do banco está forte, especialmente no varejo. Os resultados (do primeiro trimestre) colocam o banco com potencial de crescimento de forma criteriosa", afirmou o executivo.

No segundo semestre, o executivo destaca que o crescimento do crédito será bem mais expressivo que nos primeiros seis meses. O banco quer crescer em linha com o mercado, na casa dos 15% a 16%, destaca Portela. "Vamos continuar no mesmo patamar do mercado."

O nível de inadimplência no Brasil é sempre superior a países como Chile, México e Espanha, destaca Portela. "Aqui também há níveis de spread maiores", disse. Spread é a diferença entre a taxa de juros que o banco paga para captar recursos e a que ele empresta.


Inadimplência

As taxas de inadimplência do Santander podem subir mais no segundo trimestre, segundo Portela. O executivo acredita que o indicador deve atingir estabilidade ou até começar a cair a partir do terceiro trimestre deste ano. "Em termos de inadimplência e provisões, estamos na mesma direção que o mercado", disse Portela, destacando que os principais concorrentes do Santander também estão aumentando provisões para perdas com crédito ante a alta dos calotes.

O executivo destaca que um dos indícios da tendência de alta da inadimplência é que a taxa de calotes para períodos mais curtos (acima de 60 dias) subiu no primeiro trimestre. O aumento das taxas de calotes para períodos menores foi puxado pela carteira de empresas, que subiu de 2,9%, em dezembro, para 3,2% em março. Na pessoa física, ficou estável, em 8,4%.

Portela avalia que o segundo semestre deste ano deverá ter economia mais aquecida e, por isso, ser bem melhor que o primeiro período e ajudar os negócios do banco.

Carteira de crédito

O Santander vendeu no primeiro trimestre uma carteira de crédito em atraso de R$ 700 milhões. Esses empréstimos estavam quase sendo baixados para prejuízos e, sem essa operação, a taxa de inadimplência do banco no primeiro trimestre seria maior que a divulgada.

O banco fechou março com taxa de inadimplência, considerando os atrasos acima de 90 dias no padrão contábil brasileiro, de 4,5%. Sem a venda dessa carteira, o indicador subiria para 4,8%. A carteira vendida estava 100% provisionada e era formada por várias linhas de crédito.

O presidente do banco destaca que é estratégia da instituição se desfazer de carteiras assim. Portela diz que o banco trabalha com a expectativa de que as despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) fiquem no mesmo patamar no segundo trimestre quando comparada ao primeiro. As despesas com PDD somaram R$ 3,4 bilhões entre janeiro e março, alta de 25% em 12 meses.

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