O banco pretende se expandir em segmentos financeiros, como o de cartões de crédito e de débito (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - O Santander Brasil vai concentrar seus esforços nos segmentos com maiores potenciais de expansão, visando a crescer mais do que a média do mercado em crédito e retomar o market share perdido para bancos estatais durante a crise, disse o presidente do banco nesta quarta-feira.
"Vamos reforçar nossa capacidade de crescer em segmentos mais promissores, como o de pequena e média empresa. Estamos mobilizados para isso", disse Fabio Barbosa em entrevista durante o Reuters Latin American Investment Summit.
O banco reportou na semana passada que teve lucro líquido de 1,015 bilhão de reais no primeiro trimestre, um avanço anual de 142,2 por cento, motivado em parte pela retomada do crédito e a queda na inadimplência.
No entanto, o total de financiamentos do banco subiu apenas 3,6 por cento em 12 meses, abaixo da média do mercado. Além disso, seu índice de inadimplência, que caiu de 5,9 para 5,4 por cento, no período de 1 ano encerrado em março, também seguiu um pouco acima da média.
Segundo o executivo, o banco pretende se expandir em segmentos financeiros, como o de cartões de crédito e de débito, além de ampliar a gama de serviços para a faixa da população ainda não bancarizada.
Em março, o Santander Brasil anunciou, em parceria com a GetNet, sua entrada no segmento de processamento de pagamento com cartões, apostando no uso por pequenas e médias empresas.
Um dos alvos de maior interesse do banco em serviços financeiro é o de seguros, mas sem ênfase em aquisições.
"Nosso crescimento será necessariamente orgânico", afirmou.
De acordo com Barbosa, o banco tende a voltar a captar recursos no mercado por meio de letras financeiras, à medida que cresce a demanda por financiamentos de longo prazo, como para a compra de imóveis e para grandes projetos de infraestrutura.
O Santander captou em abril 500 milhões de reais em letras financeiras, instrumento regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em fevereiro e considerado uma opção dos bancos para captação de recursos de longo prazo.
Para o presidente da subsidiária do banco espanhol, o Brasil mostrou grande capacidade de enfrentar a crise global desencadeada no final de 2008, mas esta ainda não foi vencida e segue representando o principal risco para o crescimento sustentável do país.
"A crise ainda não se superou ainda. O Brasil mostrou grande capacidade nesta primeira fase, mas não estamos num mar de rosas", afirmou.