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Samsung e Alibaba entram na disputa pela Via Varejo

Varejista, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, tem atraído o interesse de estrangeiros que querem entrar no país

Jack Ma, dono do Alibaba: nenhuma oferta formal foi feita, mas empresas querem negociar com exclusividade (Getty Images)

Jack Ma, dono do Alibaba: nenhuma oferta formal foi feita, mas empresas querem negociar com exclusividade (Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 08h12.

São Paulo - As chinesas Alibaba e Suning, além da sul-coreana Samsung, entraram na disputa para comprar a Via Varejo, negócio de eletrodomésticos do Grupo Pão de Açúcar que inclui as marcas Casas Bahia e Ponto Frio, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A varejista vem atraindo atenção dos estrangeiros que visam a ingressar no Brasil. Além das companhias asiáticas, mostraram interesse a chilena Falabella, a sul-africana Steinhoff e a brasileira Lojas Americanas.

Segundo fontes, nenhuma oferta formal foi feita, mas há grupos que querem negociar com exclusividade. Esta fase do processo ainda é de tentativa de atrair uma quantidade variada de propostas, mas a definição do preço de venda não está clara, conforme fontes.

Considerado o atual valor de mercado, a fatia de 43,3% do GPA na Via Varejo chega a R$ 1,65 bilhão. O valor atual, porém, é consideravelmente mais baixo do que o da época da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em 2013.

A avaliação de pessoas próximas é de que dificilmente a companhia conseguiria, com a atual situação de mercado, atingir preços equivalentes aos de 2013.

Quando a Via Varejo fez sua oferta pública de units na bolsa, o GPA havia obtido mais da metade desse montante atual - quase R$ 900 milhões - ao vender uma fatia bem menor. Na época, a participação do GPA na empresa caiu apenas 9,1 pontos porcentuais, saindo de 52,4% para os atuais 43,3%.

Analistas têm chamado atenção para a expectativa de que a venda seja feita com um prêmio em relação ao valor atual, o que beneficiaria minoritários, dada a cláusula de 100% de tag along, que permite que eles vendam seus papéis nas mesmas condições.

Outro desafio em relação ao preço é que ele teria de compensar as eventuais perdas que o GPA terá ao abrir mão de sinergias que vinha obtendo entre seus dois negócios, o de varejo de alimentos e o de duráveis.

O conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar (GPA) autorizou, em reunião no dia 23 de novembro, a diretoria a iniciar o processo de venda da sua participação no capital da Via Varejo.

A decisão, segundo a empresa, está em linha com sua estratégia de longo prazo, de se concentrar no varejo alimentar

A transação vai marcar uma nova reviravolta na história de duas das maiores marcas do varejo de duráveis brasileiro: Ponto Frio e Casas Bahia. Desde a compra das Casas Bahia pelo GPA, em 2009 - à época ainda comandado pelo empresário Abílio Diniz -, a empresa passou por uma série de mudanças.

Foram cinco presidentes no período de quatro anos. Mais recentemente, a Via Varejo incorporou o negócio de comércio eletrônico, antes uma empresa independente.

Procurados, GPA, Lojas Americanas e Samsung não comentaram. Os demais citados como interessados não responderam até o fechamento da edição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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