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Salto do lucro da Oi é reflexo da fusão com a BrT

Sinergias capturadas pela união permitiram à operadora cortar 7% dos custos no primeiro trimestre

Loja da Oi: fusão conturbada com BrT gera os primeiros frutos (.)

Loja da Oi: fusão conturbada com BrT gera os primeiros frutos (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - Na novela da fusão da Oi com a Brasil Telecom (BrT), os espectadores estão mais acostumados a momentos de tensão do que de tranqüilidade. No último episódio, em janeiro, os executivos da Oi descobriram um potencial esqueleto de 1,3 bilhão de reais nas contas da BrT, referentes a provisões para disputas judiciais. O fato levou a operadora a rever os termos da troca de ações que consolidaria a união das empresas.

Apesar de conturbada, a parceria começa também a colher frutos positivos. O mais visível é o salto do lucro líquido da Oi no primeiro trimestre: de 10,8 milhões de reais, no mesmo período do ano passado, para 496 milhões. Ou seja, 45 vezes maior.

O que catapultou a última linha do balanço da Oi foram os ganhos de sinergia já gerados pela fusão com a BrT. No relatório que acompanha as demonstrações, a empresa afirma que "as sinergias de custos já podem ser visualizadas nos resultados: custos e despesas operacionais consolidados apresentaram redução de 7% ano contra ano". A rubrica baixou de 5,295 bilhões de reais para 4,930 bilhões. Os destaques foram os cortes nos custos de serviços prestados, mercadorias vendidas, despesas de comercialização e gastos com administração.


Receita estável

O controle das despesas foi importante não apenas por representar os ganhos gerados pela fusão, mas também porque permitiu à Oi lucrar bem mais, mesmo em um cenário no qual suas receitas ficaram praticamente estáveis. Entre janeiro e março, a receita bruta totalizou 11,545 bilhões de reais, 2,7% superior ao do período comparado.

A empresa faturou menos com serviços de telefonia fixa: 8,842 bilhões de reais, ante 8,927 bilhões da comparação. A queda foi compensada pela telefonia móvel, cuja receita bruta passou de 2,269 bilhões para 2,601 bilhões de reais. Como pagou mais impostos e deduções no início deste ano, a receita líquida ficou ligeiramente menor que a comparada: 7,462 bilhões de reais, ante 7,487 bilhões.

Tirar partido das sinergias para cortar custos, portanto, foi o que permitiu à Oi elevar sua rentabilidade nos últimos 12 meses. Segundo a companhia, a queda dos custos recorrentes demonstrou "os efeitos positivos dos ganhos de sinergia da integração entre a Oi e a Brasil Telecom". A companhia observa que "essa queda teria sido maior ainda, caso a operação de São Paulo fosse excluída, já que os custos relativos àquela região foram menores naquele trimestre (1T09)".


Força em São Paulo

Nos 12 meses encerrados em março, a operadora incorporou mais 4,6 milhões de clientes à sua base, alcançando um total de 62,2 milhões de usuários. Destes, 21,1 milhões assinam serviços de telefonia fixa; 36,6 milhões, telefonia móvel; 4,3 milhões, banda larga; e 283.000 estão em TV por assinatura.

O crescimento foi liderado pelos novos clientes de telefonia móvel. E, dentro deste grupo, o destaque foi o Estado de São Paulo, onde a empresa estreou em novembro de 2008. Em março, 5,7 milhões de paulistas usavam celulares da Oi - o equivalente a 16% da base da operadora.

Em um ambiente onde é cada vez maior a pressão para integrar serviços de telefonia móvel e fixa, a Oi parece estar se destacando em relação a alguns rivais. A espanhola Telefônica, por exemplo, luta com unhas-e-dentes para conquistar uma boa posição em uma operadora de telefonia móvel, com a qual seria possível fundir suas operações fixas. Sem isso, a empresa corre o risco de perder competitividade. Apesar dos percalços na integração com a BrT, a Oi, pelos menos, já tem um parceiro para chamar de seu.

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