Repórter colaborador
Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 09h35.
Os CEOs de startups americanas estão enfrentando cortes salariais em meio à crise de caixa no setor de capital de risco. De acordo com um estudo da Kruze Consulting, consultoria especializada em contabilidade para empresas em estágio inicial, o salário médio dos fundadores caiu para US$ 132.000 por ano, comparado aos US$ 142.000 registrados em 2023.
A Kruze analisou 450 registros de folhas de pagamento de clientes para determinar o impacto dessa redução salarial. Segundo a pesquisa, os salários representam 75% dos custos operacionais totais das startups, destacando a importância da remuneração no orçamento dessas empresas.
Apesar dos cortes salariais, o patrimônio líquido continua sendo uma parte significativa da remuneração total em startups. Esse modelo pode oferecer vantagens financeiras para os funcionários caso a empresa seja bem-sucedida, embora o estudo não tenha incluído a compensação baseada em participação acionária.
As startups em estágio inicial também enfrentam despesas significativas com benefícios obrigatórios e opcionais, além de custos operacionais relacionados a equipamentos. Segundo o estudo, cada funcionário custa entre 10% e 25% adicionais de sua remuneração base em benefícios, como seguro saúde e folgas remuneradas. Equipamentos, como laptops e estações de trabalho, podem custar entre US$ 2.500 e US$ 3.000 por colaborador.
A análise da Kruze mostrou que, após rodadas de financiamento, os salários dos fundadores aumentam consideravelmente. Em startups que levantaram rodadas de Série A, o salário médio sobe para US$ 183.000, enquanto fundadores de empresas na Série B recebem cerca de US$ 218.000.
Os principais cargos executivos em startups também refletem salários competitivos. Por exemplo, diretores de tecnologia recebem, em média, US$ 134.000 por ano, enquanto diretores de operações e produtos ganham US$ 135.000 e US$ 149.000, respectivamente.
Além das despesas com folha de pagamento, o estudo revelou que startups em estágio inicial gastam aproximadamente 12,5% de seus custos operacionais em consultorias, evidenciando o papel fundamental desses serviços na estrutura organizacional.
A Kruze identificou três áreas onde as startups mais investem: fundadores, funcionários em início de carreira e consultores. Esses grupos são cruciais para o crescimento e sustentabilidade das empresas em seus estágios iniciais.
Embora o cenário atual seja desafiador, com a crise de capital de risco pressionando os salários e os custos, o modelo de remuneração das startups continua a oferecer vantagens, principalmente para aqueles que apostam no potencial de crescimento a longo prazo. A gestão eficiente dos recursos e a retenção de talentos permanecem no centro das estratégias das empresas emergentes nos EUA.