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Salários de CEOs inflam devido a ´benchmark´

Estudo indica que o crescimento dos salários de altos executivos tem sido determinado, nos últimos anos, pela remuneração estabelecida pela concorrência

Por má governança ou equívocos, salários grande demais em relação ao desempenho da empresa chegaram a servir de benchmark (.)

Por má governança ou equívocos, salários grande demais em relação ao desempenho da empresa chegaram a servir de benchmark (.)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2010 às 18h44.

São Paulo - Mais do que por mérito ou por bom desempenho das empresas, os salários de presidentes-executivos têm crescido por causa de "benchmark". Esta foi a conclusão de uma pesquisa realizada nas universidades de Columbia e do Arizona, nos Estados Unidos, publicada recentemente no periódico American Journal of Sociology.

Segundo os estudiosos, o aumento das remunerações é determinado de acordo com o salário de executivos na mesma posição em empresas concorrentes. No entanto, enquanto alguns salários são inflados com bônus ou aumentos que não estão em conformidade com o desempenho da empresa, outras companhias tomam esses valores como referência para estipular a remuneração de seus CEOs. Essa padronização acaba se tornando uma bola de neve, em que os salários só tendem a crescer ano após ano.

A pesquisa usou questionários da Standard & Poor's respondidos pelas empresas entre 1992 e 2006 e comparou os aumentos de salários individuais dos presidentes-executivos com os da concorrência. Também foram analisados os registros de equipes e consultorias que estipularam os salários.

Os responsáveis pelo estudo concluíram que o salário médio - mais os bônus - aumentou 58% entre 1993 e 2005. Já a compensação total - incluindo também as participações nas ações - subiu 116% no mesmo período. Este número foi consideravelmente maior do que o crescimento geral dos pagamentos americanos, de cerca de 15% por ano.

Em 2006, a SEC (órgão regulador do mercado financeiro dos Estados Unidos) determinou que as empresas discriminassem quando e como usavam "benchmark" para estipular salários de presidentes. No Brasil, a política de transparência em relação à remuneração de altos executivos só ficou mais rígida neste ano, quando a CVM - Comissão de Valores Mobiliários - determinou que as empresas de capital aberto divulguem os salários de cada um dos executivos do alto escalão.
 

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