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Sabesp vai ampliar corte de investimentos em 2015

A medida é necessária diante do cenário de chuvas desfavorável, do reajuste tarifário menor do que o pedido pela empresa e deterioração da economia


	O volume de água que chegou ao Sistema Cantareira foi de 18,1 metros cúbicos por segundo em abril, ante uma média histórica de 48,4 metros cúbicos
 (Paulo Whitaker/Reuters)

O volume de água que chegou ao Sistema Cantareira foi de 18,1 metros cúbicos por segundo em abril, ante uma média histórica de 48,4 metros cúbicos (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2015 às 14h11.

São Paulo - A Companhia de Abastecimento de Água e Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) reduzirá ainda mais investimentos de 2015 em relação ao que projetava no fim do ano passado, diante da continuação do cenário de chuvas desfavorável, reajuste tarifário menor do que o pedido pela empresa e deterioração do ambiente macroeconômico.

A companhia investiu no ano passado 3,2 bilhões de reais e vinha trabalhando com uma projeção de valor abaixo desse patamar para este ano, embora sem informar o montante.

"Estou falando de reduzir ainda mais (o investimento)", disse o diretor financeiro da Sabesp, Rui Affonso, nesta terça-feira, em teleconferência com analistas e jornalistas, mas sem detalhar números.

"Com o estresse financeiro da companhia não é responsável da parte da Sabesp manter esse nível de investimento (de 2014), mas todos os investimentos em segurança hídrica estão absolutamente garantidos", afirmou o executivo.

A Sabesp encerrou o primeiro trimestre com lucro de 318 milhões de reais, queda de 33 por cento sobre o resultado um ano antes, apesar da incidência da aplicação de sobretaxa nas contas de consumidores que elevarem consumo de água acima da média que entrou em vigor no período.

As ações da Sabesp exibiam queda de 1,8 por cento às 12h02, enquanto o Ibovespa mostrava recuo de 1,4 por cento.

Segundo Affonso, o cenário de chuvas continua desfavorável e não é possível estimar o nível de água dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo para o próximo ano. "Estamos muito longe de atravessar o deserto... Em termos de projeção para este ano a situação continua difícil e não temos condições de prever como seré 2016", afirmou.

O volume de água que chegou ao Sistema Cantareira, principal conjunto de reservatórios da região metropolitana e que abastece também cidades do interior paulista, foi de 18,1 metros cúbicos por segundo em abril, ante uma média histórica de 48,4 metros cúbicos.

O nível do sistema nesta terça era de 9,6 por cento negativo, desconsiderando a utilização de uma segunda cota de água que precisa ser bombeada para chegar a estações de tratamento, o chamado "volume morto", ante 26,3 por cento positivo em maio do ano passado.

Perguntado por analista se a política de desconto nas contas de consumidores que economizarem no consumo poderia ser eliminada ou reduzida dada a situação de estresse financeiro da companhia, o diretor financeiro da Sabesp negou mudanças neste momento.

Porém, ele afirmou que "as regras do bônus já foram alteradas e poderão ser alteradas mais adiante. Não existe nenhuma definição a esse respeito... O bônus é uma das estratégias enquanto passamos pela estiagem extrema".

A empresa encerrou março com um indicador de dívida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de 3,1 vezes, ante 1,9 vez um ano antes e 3,7 vezes nos três últimos meses de 2014.

Affonso afirmou que a Sabesp tentará manter sob controle o indicador de alavancagem focando no numerador. "Pretendemos manter o investimento projetado para este ano compatível com o nível de dívida total que podemos ter dada a projeção de Ebitda que temos para o ano", disse ele.

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