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Cinema com IA: startup atrai SoftBank e Nvidia, e agora vale US$ 3 bilhões

A Runway desenvolve vídeos com IA generativa e tem até os próprios projetos criativos; tecnologia já está sendo aplicada em série da Amazon

Cena feita pela Runway com o Gen-4: empresa acaba de lançar última versão do software

Cena feita pela Runway com o Gen-4: empresa acaba de lançar última versão do software

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 3 de abril de 2025 às 14h28.

Última atualização em 3 de abril de 2025 às 14h47.

A Runway, startup que desenvolve modelos de inteligência artificial para gerar vídeos, recebeu um aporte de US$ 308 milhões e agora é avaliada em mais de US$ 3 bilhões.

O investimento foi liderado pela General Atlantic e contou com a participação da Nvidia e do Vision Fund 2, da SoftBank. A rodada foi concluída no fim de 2024, mas só divulgada nesta quinta-feira, 3. As informações são da Bloomberg.

Segundo o CEO e fundador Cristóbal Valenzuela, o investimento será usado para desenvolver novos modelos e expandir a equipe interna, especialmente com profissionais de cinema e televisão.

Inicialmente, a empresa americana ficou conhecida por desenvolver ferramentas que criam vídeos curtos a partir de comandos de texto. Em 2023, o modelo da Runway viralizou por gerar clipes de três segundos com aparência rudimentar, como “paisagem de deserto vista por drone”. Dois anos depois, a tecnologia avançou — e a concorrência também.

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Nesta semana, a empresa lançou o Gen-4, uma nova versão do seu modelo generativo. A proposta é permitir que vídeos contenham personagens, cenários e objetos consistentes, o que reduz o tempo e o custo da produção audiovisual.

A Runway já atua com cerca de 100 funcionários, sendo que parte deles — incluindo cineastas e roteiristas — é dedicada exclusivamente a projetos feitos com a tecnologia da empresa.

'ChatGPT da programação' pode chegar a US$ 3 bilhões de avaliação com novo investimento O objetivo, segundo Valenzuela, é acelerar a criação de vídeos a ponto de funcionar em prazos semelhantes ao do programa americano Saturday Night Live, com conteúdo produzido entre segunda e sábado.

A tecnologia da Runway tem sido usado em projetos como a série House of David, da Amazon, na produção de visuais para a turnê de Madonna e em campanhas publicitárias da Puma.

A empresa também mantém parceria com o estúdio Lionsgate, dona das franquias Jogos Vorazes e John Wick, para treinar modelos com o acervo da produtora. A proposta é desenvolver uma ferramenta personalizada para apoiar cineastas com baixo orçamento, ponto de atenção para estúdios como a Lionsgate.

A adoção crescente de IA no setor também gera atritos. Em 2023, o uso de modelos generativos levou à greve do sindicato dos atores dos EUA, que pressionou por direitos sobre uso de imagem. Em resposta, a Califórnia aprovou leis que regulam o uso de dados digitais de artistas e avalia projetos para responsabilizar desenvolvedores de IA por possíveis impactos.

A história que a Globo precisou de inteligência artificial para contar
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