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Rumo estuda venda de fatia de terminal em Santos

A empresa chegou a iniciar conversas com a Raízen, maior produtora brasileira de açúcar, e com a trading Czarnikow, sediada em Londres

Santos: até o momento, a Rumo não recebeu nenhuma proposta que atenda à suas expectativas (Germano Lüders/Exame)

Santos: até o momento, a Rumo não recebeu nenhuma proposta que atenda à suas expectativas (Germano Lüders/Exame)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 16 de novembro de 2016 às 18h34.

São Paulo - A Rumo Logística, maior operadora de trens e terminais portuários do Brasil, avalia vender uma participação em seus terminais no maior porto do país, segundo três fontes com conhecimento direto do assunto.

A empresa chegou a iniciar conversas com a Raízen, maior produtora brasileira de açúcar, e com a trading Czarnikow, sediada em Londres. Ambas abandonaram as negociações na sequência, afirmaram duas das fontes.

A Rumo é a líder no transporte de commodities agrícolas por meio de suas ferrovias, que se estendem até os principais cinturões agrícolas do país, e seus terminais portuários.

O Brasil é o maior exportador mundial de produtos como soja, açúcar, café e celulose.

Até o momento, a Rumo não recebeu nenhuma proposta que atenda à suas expectativas, afirmou uma das pessoas ouvidas.

A empresa também manteve conversas preliminares com a Cofco, a maior empresa de alimentos da China, e com o banco de investimento australiano Macquarie. O estágio das conversas com a Cofco e com a Macquarie não está claro.

A Rumo negou, por meio de sua assessoria de imprensa, que esteja considerando ou tenha aberto qualquer negociação para vender uma fatia de seus terminais. Cofco, Macquarie e Raizen não comentaram.

A Czarnikow não atendeu os pedidos de comentário da Bloomberg.

A venda de ativos ajudaria a Rumo a financiar seu plano de investimento, que prevê o desembolso de aproximadamente R$ 7 bilhões (US$ 2 bilhões) nos próximos anos e com o qual os acionistas da Rumo contam para impulsionar o crescimento da companhia. Ao mesmo tempo, ajudaria a manter a bilionária dívida da companhia sob controle.

A dívida líquida abrangente da Rumo chegou a R$ 8,3 bilhões no fim do terceiro trimestre, ou 3,9 vezes o lucro anual antes de itens como juros e impostos, informou a companhia em 11 de novembro.

Levantamento de capital

A Rumo ainda possui uma estrutura de capital pesada e com dívidas ainda concentradas no curto prazo, avaliou a agência de classificação de risco S&P Global Ratings em relatório sobre a Cosan, no dia 24 de outubro. A Cosan é a maior acionista da Rumo.

A Rumo também está aberta a formar joint ventures e parcerias para expandir e modernizar suas estações de transbordo, de onde as colheitas que chegam das fazendas são acomodadas em trens ou caminhões em direção ao porto, afirma uma das fontes.

No início do ano, a Rumo levantou R$ 2,6 bilhões por meio de uma injeção de capital por parte de seus acionistas e refinanciou cerca de R$ 2,9 bilhões em dívidas com os bancos.

A operadora logística está em negociações avançadas com o BNDES para tomar cerca de R$ 3,5 bilhões em novos empréstimos.

A Rumo foi formada em 2014 após a Cosan comprar a ALL - América Latina Logística, em uma transação envolvendo a troca de ações e avaliada em US$ 4,74 bilhões, incluindo dívidas.

As ações da Rumo acumulam queda de 16% em 2016 em meio às preocupações com o endividamento elevado e com a capacidade da companhia de levar à frente seu plano de expansão.

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