Caroline Nogueira, Marcelo Bentivoglio e Ingrid Santos participaram do painel “Rumo ao Bilhão” durante o evento da EXAME Negócios em Expansão (Eduardo Frazão/Exame/Divulgação)
Repórter
Publicado em 9 de agosto de 2025 às 07h59.
No tumulto dos negócios, há um ponto que muitos enxergam como inalcançável: o primeiro bilhão. Esse número mágico, que separa os empresários visionários dos gigantes do mercado, parece distante, mas, para algumas empresas, ele está cada vez mais ao alcance.
O caminho até lá é pavimentado por decisões estratégicas, adaptação constante e, claro, desafios inesperados. Cada passo dado é uma lição, e para essas empresas, o bilhão não é só uma meta, mas um reflexo de anos de trabalho árduo e inteligência de mercado.
Caroline Nogueira, Marcelo Bentivoglio e Ingrid Santos são três exemplos de como um foco claro e uma execução impecável podem transformar startups promissoras em empresas com potencial para dominar seus setores.
Se a Premium Essential Kitchen de Caroline conquistou a confiança de grandes indústrias ao se especializar em alimentação corporativa, a QI Tech de Marcelo desbravou o mundo financeiro com soluções tecnológicas inovadoras, e a Indra Energia de Ingrid está revolucionando o setor de energia com soluções sustentáveis.
Essas empresas começaram com desafios típicos de qualquer empreendedor, mas hoje, o desafio é outro: como se preparar para dar o próximo grande passo e consolidar o crescimento no cenário nacional e internacional.
Durante o evento do Ranking EXAME Negócios em Expansão 2025, realizado neste mês, esses líderes empresariais compartilharam suas trajetórias e visões para o futuro no painel “A caminho do bilhão”.
Ao se aproximarem do bilhão, cada um deles destaca que a verdadeira vitória não é apenas no faturamento, mas na capacidade de evoluir, inovar e se manter relevante em mercados em constante mudança.
Veja os 7 passos que essas empresas tomaram e que ajudaram a alavancar os negócios rumo ao R$ 1 bilhão em faturamento.
Caroline Nogueira, CEO da Premium Essential Kitchen, destacou que a confiança é o pilar fundamental para o crescimento.
Em um setor altamente competitivo e fragmentado, a personalização e a proximidade com os clientes fazem toda a diferença.
A executiva enfatizou que, no serviço de alimentação corporativa, a confiança no parceiro é essencial, já que a empresa lida com a alimentação de indústrias que dependem de uma entrega pontual e de qualidade para não pararem sua produção.
“A obsessão pelo cliente e a personalização do serviço são os fatores que nos diferenciam no mercado”, diz.
Caroline Nogueira, CEO da Premium Essential Kitchen (Eduardo Frazão/Exame/Divulgação)
Marcelo Bentivoglio, cofundador da QI Tech, deu um conselho crucial sobre a importância de se alinhar com o regulador, especialmente em setores altamente regulamentados, como o financeiro.
Ao invés de evitar as regulamentações, Marcelo sugeriu trabalhar junto aos órgãos reguladores para criar soluções inovadoras dentro das regras. Ele contou que, ao adotar essa abordagem, a QI Tech foi a primeira Sociedade de Crédito Direto (SCD) autorizada pelo Banco Central, o que possibilitou a inovação em serviços como o Pix.
“O conselho é: entenda as regulamentações e veja-as como uma oportunidade de inovação, não como uma barreira”, afirma.
Para empresas que crescem rumo ao 1º bilhão, Ingrid Santos, CEO da Indra Energia, aconselha crescer sem perder a essência da companhia. Para ela, o foco deve estar em garantir que os valores e a cultura da empresa sejam mantidos, mesmo à medida que a equipe e os processos se expandem.
Para ela, um crescimento sustentado exige qualidade no serviço e a adaptação rápida às necessidades do mercado.
“No setor de energia, isso envolve a inovação constante e a conscientização sobre a importância das fontes renováveis, mas sempre com um foco claro nos valores da empresa”, diz.
Ingrid Santos, CEO da Indra Energia (Eduardo Frazão/Exame/Divulgação)
Caroline também mencionou que, à medida que a empresa cresce, é fundamental transformar as decisões intuitivas do fundador em processos estruturados. Ela compartilhou que um dos maiores desafios foi transitar da fase empreendedora para a executiva.
“A empresa precisa desenvolver processos claros e eficientes para que os líderes possam delegar responsabilidades e tomar decisões com base em informações, não apenas intuições”, afirma.
Marcelo ressaltou a importância da adaptação constante e do aprendizado contínuo, especialmente quando se passa de um time pequeno para um grande número de colaboradores.
"Quando você cresce, as dinâmicas mudam. Você tem que aprender a lidar com novos desafios, como ter uma equipe de 500 pessoas. Isso exige novos aprendizados e mudanças na gestão", disse ele.
Ele também mencionou que a maior parte do crescimento da QI Tech foi alcançada de forma orgânica, e que o segredo para manter esse ritmo é garantir que o time esteja alinhado e motivado.
Marcelo Bentivoglio, cofundador da QI Tech (Eduardo Frazão/Exame/Divulgação)
Ingrid deu ênfase ao uso de tecnologia como diferencial competitivo. A Indra investe em sistemas personalizados para otimizar a oferta de energia, permitindo a personalização dos serviços e a expansão para novos mercados. Para ela, a tecnologia é a chave para a eficiência operacional e para o fechamento do ciclo de oferta de soluções no mercado de energia, particularmente com o foco em energia renovável.
Caroline e Marcelo alertaram sobre a importância do planejamento estratégico. Caroline, em particular, fez questão de lembrar que o crescimento sem planejamento é suicídio.
“O caixa é o rei”, disse ela, destacando que a empresa precisa ter um controle rigoroso de suas finanças, especialmente quando se alcança um grande volume de faturamento.
Marcelo também compartilhou a importância de manter um planejamento de longo prazo, equilibrando o crescimento com a gestão eficiente do capital.