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Ruim, mas poderia ser pior: ação do Iguatemi sobe após queda no lucro

O mercado já esperava a queda na receita de vendas e de lucro, mas o balanço também apresentou surpresas positivas; ações subiram 7,46%

Iguatemi Esplanada: até o final de julho, 13 shoppings estavam abertos com restrições e quatro, fechados (Divulgação/Divulgação)

Iguatemi Esplanada: até o final de julho, 13 shoppings estavam abertos com restrições e quatro, fechados (Divulgação/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 17h45.

Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 21h19.

A rede de shoppings Iguatemi está em um dos segmentos mais afetados pela pandemia do coronavírus. Com a quarentena, que obrigou lojas e shoppings em todo o país a fechar, a rede viu as vendas caírem 83% e o lucro encolheu 23%.

Mesmo assim, as ações subiram 7,46% hoje, uma das maiores altas da bolsa. Na esteira do Iguatemi, a concorrente Multiplan, que divulga os resultados amanhã, 6, também subiu 7,78% hoje e a BrMalls subiu 6,56% e deve divulgar os resultados no dia 13 de agosto. 

O que levou as ações a subir, apesar do resultado ruim?

O mercado já esperava a queda na receita de vendas e de lucro. Mas o balanço também apresentou surpresas positivas, como um Ebitda positivo, ou resultado antes de taxas, juro e impostos e indicador de rentabilidade, em 114,9 milhões, queda de 16,5%. 

A empresa gerou fluxo de caixa positivo de 83,6 milhões de reais, queda de 8,8%. "Ainda é uma performance impressionante para um negócio que se manteve fechado pela maior parte do trimestre", escreve o Credit Suisse em relatório. 

A ocupação da área de lojas nos shoppings caiu levemente, mas se manteve alta em 93,6%. Ou seja, poucos lojistas fecharam seus negócios e encerraram os contratos. 

 

Além disso, a receita bruta de aluguel se manteve praticamente inalterada, com queda de 2,8%. “Resultados acima do esperado, sustentados pelas receitas de aluguel que se mantiveram em níveis praticamente inalterados. O corte nos custos e despesas também ajudou, embora o lado operacional dos shoppings e os indicadores de vendas tenham sido bastante prejudicados pela covid-19”, afirma a EXAME Research. 

"Enquanto esperamos que esses números se deteriorem nos próximos trimestres, achamos que os números do segundo trimestre vieram melhores do que o mercado esperava", disse o Credit Suisse. 

A rede de shoppings divulgou a situação de reabertura de todos os seus empreendimentos. Até o final de julho, 13 shoppings estavam abertos com restrições e quatro, fechados. Com a reabertura, os shoppings passaram em média 20,4 dias funcionando em julho. Em março, mês de início da quarentena, foram 18 dias de abertura, em média, e em abril, o pior mês, todos os empreendimentos passaram 0,4 dia abertos e em maio, 4,3 dias em média. 

Com a retomada, o Iguatemi deverá provar se a lição de casa feita na quarentena terá resultado.

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