Target: segundo proposta da empresa, indenização a clientes prejudicados pelo roubo de dados seria de, no máximo, 10.000 dólares (foto/Getty Images)
Luísa Melo
Publicado em 19 de março de 2015 às 15h25.
São Paulo - A rede varejista Target se propôs a pagar 10 milhões de dólares para encerrar um processo movido contra ela por ataques cibernéticos em que dados de 40 milhões de cartões de clientes foram roubados. O número de consumidores afetados pelo problema, ocorrido entre 27 de novembro e 15 de dezembro de 2013, chegou a 70 milhões.
Pela proposta da empresa, o pagamento às pessoas prejudicadas pode ser de, no máximo, 10.000 dólares. A informação da Associated Press.
De acordo com a agência, o texto estabelece ainda que a sede da empresa em Minneapolis, no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, nomeie um diretor de segurança da informação, tenha um programa oficial sobre o assunto e treine seus funcionários.
Também seria necessário manter um processo para monitorar eventos de segurança de dados e responder a casos que apresentem ameaças.
"Nós estamos satisfeitos em ver que o processo está avançando e caminha para uma resolução", disse Molly Snyder, porta-voz da companhia, em e-mail à Associated Press.
Desde o incidente, a Target tem se desdobrado para convencer os consumidores a comprarem em sua rede online. Durante a temporada de férias nos Estados Unidos, por exemplo, ela ofereceu frete grátis em todos os produtos.
Contexto
O roubo de dados ocorridos em 2013 desencadeou uma crise na Target. No início de 2014, a diretora de informação da empresa renunciou ao cargo e o presidente do conselho de administração foi demitido.
O problema também afetou os resultados financeiros da varejista e vários funcionários precisaram ser cortados. No Canadá, os prejuízos foram tão grandes (de mais de 2,5 bilhões de dólares) que a rede teve de encerrar as atividades no país.
Só no início deste mês, a companhia anunciou que iria despedir cerca de 1.700 pessoas e cortar mais de 1.400 vagas ociosas de 2 bilhões de dólares em custos.
Apesar dos ajustes, a empresa disse na quarta-feira que elevará o salário inicial de seus funcionários nos Estados Unidos para 9 dólares a hora, seguindo a iniciativa de gigantes como o Walmart e a TJ Maxx. O salário mínimo no país é de 7,25 dólares a hora.